quinta-feira, 31 de maio de 2012

De quem é esse JEGue? É do Serra, do Gilmar e da Veja.

Serra, Gilmar e Veja: conspiração?
Por Altamiro Borges

Saiu hoje na coluna de Mônica Bergamo:

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Quarto elemento
Há alguns dias, José Serra ligou para o ex-ministro Nelson Jobim. Pediu a ele que falasse com a revista "Veja". Jobim atendeu ao pedido do amigo – e só então soube da reportagem sobre Lula e o ministro Gilmar Mendes. Escaldado, Jobim disse não ter presenciado nada beligerante na conversa entre os dois, que ocorreu em seu escritório, em Brasília.

Memória

Mendes afirmou à revista que Lula tentou convencê-lo a adiar o julgamento do mensalão. Em troca, teria oferecido proteção na CPI do Cachoeira. Jobim contradiz o ministro. Lula também nega.

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A nota da colunista da Folha é inflamável. Ela sugere uma articulação sombria entre o eterno candidato tucano, a revista acusada de associação com o crime organizado e o ministro do STF envolvido em várias crises institucionais. A conspiração, se confirmada, tem nítidos objetivos golpistas. Visaria atingir a honra e a liderança de Lula e tumultuar o quadro pré-eleitoral.

Diante da entrevista de Gilmar Mendes à Veja, quando acusou sem provas o ex-presidente de tentar chantageá-lo, os líderes do PSDB propuseram chamar Lula para depor no Congresso Nacional. Não seria o caso, agora, de convocar José Serra para explicar suas relações de amizade com o ministro do STF e sua ascendência sobre a revista – ajudando em suas pautas difamatórias?

O medo do pitbull da Veja
A carga explosiva da notinha de Mônica Bergamo já foi sentida por um dos capachos do ex-governador. O blogueiro agressivo e doente da Veja sentiu o baque. Para ele, a nota serve de “palavra de ordem para a esgotosfera: ‘Culpem o Serra!’”. Desesperado, Reinaldo Azevedo já partiu para baixaria, tentando desqualificar a jornalista da Folha.

Para ele, a notícia não tem valor. “Se é verdade ou mentira, pouco importa. Monica começou a trabalhar para a Polícia Federal e também está interessada em saber quem fala e quem não fala com Veja? Amiga de José Dirceu e ex-namorada de seu advogado, José Luís de Oliveira Lima, ela escreve uma notinha que faz dar a impressão de que tudo não passou de uma espécie de tramoia da oposição — e, se é assim, não pode faltar o nome de Serra”.

O pitbull da Veja, cada vez mais desmoralizado, isolado e temendo por seu futuro, chega a sugerir que Mônica Bergamo faria parte do movimento dos blogueiros progressistas – que ele apelidou de JEG. É uma calúnia, posso garantir! O único jegue neste caso é o próprio colunista da Veja.

domingo, 13 de maio de 2012

Policarpo, Perillo e Gurgel têm muito para explicar na #CPIdoCachoeira

Da Carta Maior



Policarpo sabia que Demóstenes tinha relação com essa quadrilha'
Delegado da Polícia Federal Matheus Mela Rodrigues disse na CPMI que o editor da Veja em Brasília, Policarpo Junior, não era foco da investigação na operação Monte Carlo, mas que ele sabia da relação do senador Demóstenes Torres com o contraventor Cachoeira, relatou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP). "Sabendo que o Demóstenes tinha relação com a quadrilha, a Veja não podia ter feito o que fez com o Demóstenes, ter endeusado ele”, disse ainda o parlamentar. A reportagem é de Vinicius Mansur.

Vinicius Mansur

Brasília - Após a oitiva do delegado federal, Matheus Mela Rodrigues, promovida na última quinta-feira (10) pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, alguns parlamentares se apressaram em livrar o editor da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior, de envolvimento criminoso com o esquema investigado.

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse que “o depoimento do delegado Matheus ontem praticamente sepulta a tese de que havia qualquer conluio entre o Policarpo e o Cachoeira. O que ele disse foi que, em todos os áudios, em toda a investigação que ele, delegado Matheus, fez, não há registro de nenhuma transação financeira nem nenhum crime”.

Segundo o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), o delegado Rodrigues realmente disse que as ligações por ele apuradas não denunciam crime por parte de Policarpo, porém afirmou depois que esse não era seu foco na investigação. De acordo com o deputado, os dois delegados da Polícia Federal já ouvidos pela CPMI – Rodrigues, na última quinta, e Raul Alexandre Marques Sousa, na última terça-feira – estavam incumbidos de descobrir os caminhos do dinheiro da quadrilha, não estando dedicados a investigações como esta, envolvendo Policarpo Júnior.

“O delegado falou que só na operação dele foram 42 ligações com o Policarpo. Isso mostra uma intensidade inaceitável e uma promiscuidade nessa relação. Ele [Policarpo] sabia que era um órgão criminoso, era basicamente espionagem política. O delegado disse que o Policarpo sabia que o Demóstenes tinha relação com essa quadrilha, o que é de grande valia, porque, sabendo que o Demóstenes tinha relação com a quadrilha, a Veja não podia ter feito o que fez com o Demóstenes, ter endeusado ele”, afirmou Teixeira.

Durante a operação Monte Carlo foram interceptadas 259.949 ligações, sendo 16 mil consideradas importantes e 3753 telefonemas fortuitos. Também foram analisados 5 mil emails. Muito desses materiais ainda estão sendo estudados pela Polícia Federal. 28 malotes com materiais recolhidos no processo de busca e apreensão sequer foram abertos. Estas informações foram ditas pelo delegado Rodrigues, segundo o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

O deputado Protógenes Queiróz (PCdoB-SP) afirmou que a partir de agora haverá um foco dentro da investigação para saber qual o objetivo das ligações entre o editor da Veja e o grupo de Cachoeira.

Situação se complica para PerilloO senador Randolfe considerou que o maior prejudicado pelas informações reveladas na última oitiva da CPMI foi o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). “O nível de detalhamento do comprometimento do governo de Goiás é enorme. Envolvimento do procurador do estado que atuava quase como advogado da Secretaria de Educação, contatos muito permanentes com o secretário de Infraestrutra, que é o suplente do Demóstenes [Torres, senador], envolvimento da secretaria de Segurança Pública, o aparato de segurança pública atuava junto com a organização do contraventor. É urgente para os membros da CPMI ouvirem o governador de Goiás”, disse.

A gravidade da situação de Perillo também foi compartilhada pelo deputado Paulo Teixeira. Além dos problemas citados pelo senador do PSOL, Teixeira agregou o envolvimento da Secretaria de Ciência e Tecnologia, de um diretor do DETRAN-GO e da chefe de gabinete do governador, além da remessa de uma caixa de computador com R$ 500 mil para dentro do palácio do governo goiano e da venda de uma casa de Perillo para o Cachoeira. Foi nesta casa que Cachoeira foi preso.

O deputado relata que a casa foi vendida ao sobrinho de Cachoeira, Leonardo de Almeida Ramos, que pagou com três cheques, repassados ao governador goiano, totalizando R$ 1,4 milhão.

Em nota, o governador Perillo afirmou que a casa "foi vendida rigorosamente dentro da lei e declarada no Imposto de Renda”, sendo os três cheques depositados em sua conta corrente.

Outras prioridades da CPMIRandolfe defendeu ainda a convocação dos sócios-proprietários da construtora Delta. “A Delta fez depósitos para três empresas laranjas do senhor Carlos Cachoeira, a JR, a Brava e a Alberto Pantoja. E eu acho uma temeridade que uma empresa como a Delta seja comercializada agora e comprada, ainda, por uma outra empresa que tem participação societária do estado brasileiro, que é a JBS que tem 32% de participação societária do BNDES”, destacou.

Para Paulo Teixeira ficou claro que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, deixou de tomar providências importantes, o que acabou resultando na paralisação das investigações. Na oitiva, o delegado Rodrigues disse que a Operação Monte Carlo foi motivada por uma denúncia da promotoria de Valparaíso de Goiás. “Ele [Gurgel] precisa explicar, mas resolveu jogar uma cortina de fumaça nesse debate, resolveu dizer que isso acontece, que é coisa de mensaleiro. Portanto, desviou o debate, com a omissão dele”, afirmou.

Fotos: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

sábado, 12 de maio de 2012

Gurgel tem medo de não saber se explicar. E o PT tem medo do que?

Da Carta Capital
Política
 Wálter Maierovitch 12.05.2012 11:50

Gurgel morre de medo e PT recua
Gurgel durante audiência no STF. Foto: Carlos Humberto/SCO/STF

Nos bancos das faculdades de Direito ensina-se que a democracia é um sistema e um regime político “no qual o povo comanda”.

A nossa Constituição é democrática. E o povo escolhe, por eleições livres, os seus representantes no Parlamento.

Assim sendo, os representantes do povo, reunidos em comissão parlamentar mista investigatória, detêm poderes legítimos para convocar o procurador-geral da República, governadores, ministros, presidente da República, Cachoeira, Demóstenes etc.

Para os representantes da Magna Grécia, como por exemplo o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, não está obrigado, por lei e pela Constituição, a atender convocação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que está em curso. Dias não esclarece qual seria a lei e, quanto à Constituição, parece ter lido mas não compreendido o seu teor.

Em resumo, Gurgel pode recursar convite para comparecer à CPI, como qualquer cidadão brasileiro pode fazer. Mas, Gurgel, por ser um Brasil uma democracia representativa, não pode, sob pena de crime de desobediência e impeachment, deixar de atender a uma convocação do povo, por seus representantes reunidos numa CPI.

Com efeito. O procurador-geral Roberto Gurgel entendeu em não aceitar o convite para prestar esclarecimentos aos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito que apuram o chamado “Escândalo Cachoeira”.

Leia também:
Por que os argumentos de Gurgel são furados
Depoimento de delegado da PF aumenta pressão sobre procurador Roberto Gurgel
Críticas são medo do mensalão, diz Gurgel
Atuação de Gurgel ainda não foi explicada, provoca Rui Falcão
O diversionismo de Gurgel para não explicar sua ilegalidade

Ao declinar do convite, Gurgel disse que não pode atuar como titular da ação penal e como uma espécie de testemunha na CPI ao mesmo tempo. Logo depois, disse à mídia que segurou o inquérito Vegas para aguardar as apurações que estavam em curso, numa referência à Operação Monte Carlo.

Desde logo, frise-se, Gurgel não seria chamado para testemunhar, mas para explicar uma desídia, com violação ao determinado no vigente Código de Processo Penal, ou seja, o fato de ter, desde 2009 e a descumprir prazo legal para devolução com pronunciamento, colocado no freezer os autos de inquérito policial sobre a chamada Operação Vegas.

Nos Estados de Direito, os poderes são independentes e existe, entre eles, além da harmonia, um sistema de freios e contrapesos. Por isso, existe o dever de fiscalizações recíprocas. Isso obriga Gurgel, como chefe do Ministério Público, a prestar esclarecimentos a uma comissão parlamentar. Aliás, uma comissão mista voltada a apurar crimes graves como, por exemplo, corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico de influência, licitações forjadas.

Da mesma forma que Gurgel, os chefes dos executivos estaduais, os governadores de Goiás, Distrito Federal e Rio de Janeiro, têm, como já frisado acima e agora é repetido, o dever de atender às convocações da CPI instaurada. Apenas teriam motivos para não comparecer, no caso, os ministros do Supremo Tribunal Federal em condições de julgar futuras ações penais contra Demóstenes, Cachoeira et caterva.

Além disso, depois de atender à convocação da CPI, o procurador-geral, caso se sinta impedido, poderá deixar o caso Cachoeira para seu substituto legal.

Como regra, portanto, ninguém pode deixar de atender à convocação de uma CPI. Assim sendo, Gurgel poderá, ainda e por haver declinado do convite formulado, ser convocado. Terá o dever de comparecer, salvo se obtiver liminar de dispensa do Supremo Tribunal Federal: Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa estarão impedidos por terem adiantado suas teses fora dos autos, ou seja, intempestivamente.

2. Depois da canhestra explicação dada para declinar do convite formulado pela CPI, o procurador-geral da República resolveu apelar para o diversionismo sem a coragem de dar nomes. E para um acusador de ofício pega muito mal omitir nomes. Fosse em juízo, sua denúncia seria inepta. A propósito, Gurgel disse estar está sendo criticado por pessoas que “estão morrendo de medo do Mensalão”.

Gurgel deve explicações aos cidadãos brasileiros e aos parlamentares que o representam. Em outras palavras, deve esclarecimentos à CPI sobre ter transformado o seu gabinete de trabalho em freezer para congelar e não dar andamento, ou solução, a inquérito policial.

O procurador-geral, frise-se mais uma vez, disse que segurou o inquérito Vegas para aguardar as apurações que estavam em curso, numa referência à Operação Monte Carlo. Ao se explicar, fingiu Gurgel esquecer que o inquérito Vegas estava terminado em 2009 e a Monte Carlo é recentíssima. Nem se cogitava a Monte Carlo quando a Vegas já estava concluída.

Fora isso, diz a lei processual penal que o representante do Ministério Público, ao receber o inquérito, deve, dentro de 30 dias no caso de indiciado solto, denunciar (propor a ação penal), requerer diligências ou solicitar o arquivamento do inquérito.

Nada disso fez Gurgel. Ou melhor, colocou no freezer o inquérito. Talvez por possuir bola de cristal e enxergar que, passados alguns anos, aconteceria a Operação Monte Carlo.

3. Não se deve esquecer, ainda, ter o delegado de polícia responsável pelo inquérito decorrente da Operação Vegas, Raul Alexandre Marques de Souza, contado, na primeira sessão da CPI, haver Gurgel incumbido a sua esposa, a subprocuradora Cláudia Sampaio, de transmitir, isso em 2009, a inexistência de indícios do envolvimento do senador Demóstenes Torres.

Ora, pela lei processual penal, Gurgel deveria, no mesmo ano, ter pedido novas diligências ou o arquivamento do inquérito. Não fez isso e, de quebra, teve o voto de Demóstenes, que antes o atacava, na sabatina para sua recondução ao cargo de procurador-geral.

4. Pano rápido. A conduta de Gurgel é de tentar fugir da CPI. Gurgel age como se estivesse com medo de não saber se explicar à sociedade civil. E o Partido dos Trabalhadores, que também conta com representantes da Magna Grécia como se afere pelo teor das manifestações de um Cândido Vacarezza (SP), erra, como acaba de ser noticiado, ao desistir de convocar Gurgel. No fundo, ambos se merecem.

"Roberto Civita é o Murdoch que este país pode se permitir"


ETERNOS CHAPA-BRANCA
O editorial da “CartaCapital” que chega aos leitores neste sábado é uma resposta ao editorial do jornal “O Globo” em defesa da “Veja”. Destaco em negrito alguns pontos. Leiam e compartilhem.

O jornal O Globo toma as dores da revista Veja e de seu patrão na edição de terça 8, e determina: “Roberto Civita não é Rupert Murdoch”. Em cena, o espírito corporativo. Manda a tradição do jornalismo pátrio, fiel do pensamento único diante de qualquer risco de mudança.

Desde 2002, todos empenhados em criar problemas para o governo do metalúrgico desabusado e, de dois anos para cá, para a burguesa que lá pelas tantas pegou em armas contra a ditadura, embora nunca as tenha usado.

Os barões midiáticos detestam-se cordialmente uns aos outros, mas a ameaça comum, ou o simples temor de que se manifeste, os leva a se unir, automática e compactamente.

Não há necessidade de uma convocação explícita, o toque do alerta alcança com exclusividade os seus ouvidos interiores enquanto ninguém mais o escuta.

E entra na liça o jornal da família Marinho para acusar quem acusa o parceiro de jornada, o qual, comovido, transforma o texto global na sua própria peça de defesa, desfraldada no site de Veja.

A CPI do Cachoeira em potência encerra perigos em primeiro lugar para a Editora Abril. Nem por isso os demais da mídia nativa estão a salvo, o mal de um pode ser de todos.

O autor do editorial exibe a tranquilidade de Pitágoras na hora de resolver seu teorema, na certeza de ter demolido com sua pena (imortal?) os argumentos de CartaCapital.

Arrisca-se, porém, igual a Rui Falcão, de quem se apressa a citar a frase sobre a CPI, vista como a oportunidade “de desmascarar o mensalão”.

Com notável candura evoca o Caso Watergate para justificar o chefe da sucursal de Veja em Brasília nas suas notórias andanças com o chefão goiano. Ambos desastrados, o editorialista e o líder petista.

Abalo-me a observar que a semanal abriliana em nada se parece com o Washington Post, bem como Roberto Civita com Katharine Graham, dona, à época de Watergate, do extraordinário diário da capital americana.
Poupo os leitores e os meus pacientes botões de comparações entre a mídia dos Estados Unidos e a do Brasil, mas não deixo de acentuar a abissal diferença entre o diretor de Veja e Ben Bradlee, diretor do Washington Post, e entre Policarpo Jr. e Bob Woodward e Carl Bernstein, autores da série que obrigou Richard Nixon a se demitir antes de sofrer o inevitável impeachment.

E ainda entre o Garganta Profunda, agente graduado do FBI, e um bicheiro mafioso.

Recomenda-se um mínimo de apego à verdade factual e ao espírito crítico, embora seja do conhecimento até do mundo mineral a clamorosa ignorância das redações nativas.

Vale dizer, de todo modo, que, para não perder o vezo, o editorialista global esquece, entre outras façanhas de Veja, aquele épico momento em que a revista publica o dossiê fornecido por Daniel Dantas sobre as contas no exterior de alguns figurões da República, a começar pelo presidente Lula.

Concentro-me em outras miopias de O Globo. Sem citar CartaCapital, o jornal a inclui entre “os veículos de imprensa chapa-branca, que atuam como linha auxiliar dos setores radicais do PT”.

Anotação marginal: os radicais do PT são hoje em dia tão comuns quanto os brontossauros. Talvez fossem anacrônicos nos seus tempos de plena exposição, hoje em dia mudaram de ideia ou sumiram de vez.

Há tempo CartaCapital lamenta que o PT tenha assumido no poder as feições dos demais partidos.

Vamos, de todo modo, à vezeira acusação de que somos chapa-branca.

Apenas e tão somente porque entendemos que os governos do presidente Lula e da presidenta Dilma são muito mais confiáveis do que seus antecessores?

Chapa-branca é a mídia nativa e O Globo cumpre a tarefa com diligência vetusta e comovedora, destaque na opção pelos interesses dos herdeiros da casa-grande, empenhados em manter de pé a senzala até o derradeiro instante possível.

Não é por acaso que 64% dos brasileiros não dispõem de saneamento básico e que 50 mil morrem assassinados anualmente.

Ou que os nossos índices de ensino e saúde públicos são dignos dos fundões da África, a par da magnífica colocação do País entre aqueles que pior distribuem a renda.

Em compensação, a minoria privilegiada imita a vida dos emires árabes.

Chapa-branca a favor de quem, impávidos senhores da prepotência, da velhacaria, da arrogância, da incompetência, da hipocrisia?

Arauto da ditadura, Roberto Marinho fermentou seu poder à sombra dela e fez das Organizações Globo um monstro que assola o Brazil-zil-zil.

Seu jornal apoiou o golpe, o golpe dentro do golpe, a repressão feroz. Illo tempore, seu grande amigo chamava-se Armando Falcão.

Opositor ferrenho das Diretas Já, rejubilado pelo fracasso da Emenda Dante de Oliveira, seu grande amigo passou a atender pelo nome de Antonio Carlos Magalhães.

O doutor Roberto em pessoa manipulou o célebre debate Lula versus Collor, para opor-se a este dois anos depois, cobrador, o presidente caçador de marajás, de pedágios exorbitantes, quando já não havia como segurá-lo depois das claras, circunstanciadas denúncias do motorista Eriberto, publicadas pela revista IstoÉ, dirigida então pelo acima assinado.

Pronta às loas mais desbragadas a Fernando Henrique presidente,com o aval de ACM, a Globo sustentou a reeleição comprada e a privataria tucana, e resistiu à própria falência do País no começo de 1999, após ter apoiado a candidatura de FHC na qualidade de defensor da estabilidade.

Não lhe faltaram compensações. Endividada até o chapéu, teve o presente de 800 milhões de reais do BNDES do senhor Reichstul. Haja chapa-branca.

Impossível a comparação entre a chamada “grande imprensa” (eu a enxergo mínima) e o que chama de “linha auxiliar de setores radicais do PT”, conforme definem as primeiras linhas do editorial de O Globo.

A questão, de verdade, é muito simples: há jornalismo e jornalismo.

Ao contrário destes “grandes”, nós entendemos que a liberdade sozinha, sem o acompanhamento pontual da igualdade, é apenas a do mais forte, ou, se quiserem, do mais rico. É a liberdade do rei leão no coração da selva, seguido a conveniente distância por sua corte de ienas.

Acreditamos também que entregue à propaganda da linha auxiliar da casa-grande, o Brasil não chegaria a ser o País que ele mesmo e sua nação merecem.

Nunca me canso de repetir Raymundo Faoro: “Eles querem um País de 20 milhões de habitantes e uma democracia sem povo”.

No mais, sobra a evidência: Roberto Civita é o Murdoch que este país pode se permitir, além de inventor da lâmpada Skuromatic a convocar as trevas ao meio-dia.

Temos de convir que, na mídia brasileira, abundam os usuários deste milagroso objeto.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

De Marco Aurélio Mello sobre Gurgel: "não se pode desviar o foco da CPI do Cachoeira e misturar com o Mensalão"

Do Terra Magazine - Bob Fernandes

Marco Aurélio Mello, do STF, sobre ataque de Gurgel a “mensaleiros”: Foi extravagante

POR MARINA DIAS

O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello afirma que "não se pode desviar o foco" da CPI do Cachoeira e misturar o assunto com o julgamento do caso que ficou conhecido como Mensalão, previsto para acontecer este ano.

"Precisamos olhar sempre o lado positivo das práticas republicanas. Não se pode desviar o foco. A CPI começou a trabalhar agora e não podemos nos precipitar e tirar ilações, muito menos dessas extravagantes, que contrariam a razão", afirmou o ministro a Terra Magazine.

Mello contraria as declarações do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, alvo da base aliada na CPI do Cachoeira. Gurgel acusa os réus do Mensalão de serem os mentores das críticas contra ele. Isso porque, parlamentares envolvidos na investigação contra a organização de Carlinhos Cachoeira afirmam que o procurador-geral não cumpriu com seu dever, em 2009, quando a Operação Vegas, da Polícia Federal, já apontava indícios das ações de Cachoeira e de sua relação com diversos políticos.

De acordo com Gurgel, as críticas têm o objetivo de enfraquecer o julgamento do Mensalão e fragilizar a acusação e seus julgadores, ou seja, os ministros do Supremo Tribunal Federal. Marco Aurélio Mello discorda.

"Não consigo imaginar o extravagante, que essas críticas (a Gurgel e ao STF) seriam uma retaliação, principalmente por parte das duas Casas do Congresso", declarou o ministro. "Não vejo um movimento para enfraquecer o julgamento do Mensalão, até porque, pelo amor de Deus, o STF não é sensível a pressões".

Mello afirma que é "natural" que haja esse tipo de questionamento por parte dos parlamentares. "A base aliada está apenas questionando a problemática de não ter se tocado um certo inquérito em 2009 e busca esclarecimentos sobre isso. Faz parte do procedimento que nós vemos sempre nas CPIs. Eles fustigam para levantar elementos e esclarecer os fatos. É natural", explicou.

Foto: Agência Brasil

Organização criminosa atuou sem ser importunada enquanto relatório da Operação Vegas dormia na gaveta do PGR Roberto Gurgel.

Do Amigos do Presidente Lula
quinta-feira, 10 de maio de 2012

Agora é oficial: documento derruba Gurgel
Um ofício divulgado pela Procuradoria-Geral de Justiça de Goiás derruba a versão de Gurgel.

Em 8 de março deste ano, o Ministério Público de Goiás, para afastar suspeitas sobre o chefe do órgão, Benedito Torres, irmão do senador Demóstes Torres (ex-DEM-GO), divulgou nota comprovando que a Operação Monte Carlo surgiu a partir de 10 de setembro de 2010, através de um ofício à Polícia Federal pedido pela Promotoria de Justiça na cidade de Valparaíso.

Com este documento fica comprovado que, do lado dos agentes da lei, não houve continuidade da Operação Vegas como alegou o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, e que entre 15 de setembro de 2009 até 10 de setembro de 2010, a organização criminosa atuou sem ser importunada por investigações federais, enquanto o relatório da Operação Vegas dormia na gaveta da Procuradoria.






Eis a íntegra do documento:
http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/1/docs/informe_operacao_monte_carlo.pdf

quinta-feira, 10 de maio de 2012

"Declarações do PGR Gurgel são próprias dos milicianos do crime organizado e da oposição vazia"

Do Esquerdopata

Gurgel prevaricou ou é um miliciano do crime organizado?
por Pedro B. Maciel Neto

O Procurador-Geral da Republica Roberto Gurgel revelou através das suas declarações dessa semana sua verdadeira face: ele é opositor do Governo. Suas declarações são próprias dos milicianos do crime organizado e da oposição vazia e não de um representante do Ministério Público. Gurgel demonstrou não ter isenção ou condições morais para seguir na posição que ocupa, pois é evidentemente parcial e age ideologicamente em favor de um campo político que está, s.m.j., associado ao crime organizado.

Gurgel está ao lado dos opositores dos governos Lula e Dilma, parte da imprensa e parte da classe políticos (todos muito provavelmente aliados e vassalos do crime organizado) e seguem repetindo, ensandecidos, desde 2005: MENSALÃO, MENSALÃO e MENSALÃO!

São sete anos de mentiras e mais mentiras. Mas uma mentira mesmo repetida mil vezes continua sendo o que é: mentira... Mas a mentira, aliada da versão e do ardil, não resiste à verdade, cujos aliados são a Justiça é o tempo.

A parte da imprensa a qual me refiro é a mesma imprensa que, expressa ou tacitamente, apoiou José Serra em 2010, que vem sendo generosa com o Senador Demóstenes Torres (eleito pelo DEM-GO, aliados dos tucados desde 1994) e com outros personagens que se associaram àquilo que Carlinhos Cachoeira representa. Aliás, o Senador Demostenes mereceu muita generosidade por parte de Roberto Gurgel... Três anos para tomar uma providência me parece um fato inaceitável.

E mais, essa parcela da imprensa tem feito as vezes da “Santa Inquisição” e decidiu que Zé Dirceu é “herege” e vem pressionando desavergonhadamente o STF para que a condenação ocorra... Isso mesmo, a pressão não é por um julgamento justo, mas por uma punição dura, independentemente da verdade. É a "santa inquisição" moderna que já condenou Zé Dirceu, que o declarou herege, bruxo, mafioso... Mas a verdade tem aliados fortes e se “há juizes em Berlim” à cidadãos honestos no STF também e eles, com certeza, estão atentos aos fatos novos, ignorados inexplicavelmente pelo Senhor Roberto Gurgel.

E esses opositores fizeram, fazem e farão de tudo para politizar, partidarizar e ideologizar o que chamam de “mensalão” e, mesmo sem provas, desprezando o Principio da Presunção da Inocência querem a condenação de inocentes. Esses milicianos desprezam a Constituição Federal a qual prevê no art. 5° LVII "Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado em sentença penal condenatória" e tratam os réus do processo, especialmente o ex-ministro Zé Dirceu, como se condenados fossem, postura que lembra o método de propaganda do fascismo e a santa inquisição.

O que fazem com Zé Dirceu merece um registro: diariamente o expõem a vergonha pública, ele é tratado como se condenado fosse, um tratamento bem diferente do que dão a Demóstenes (eleito pelo DEM-GO), ao contraventor Carlinhos Cachoeira e a Marconi Perilo (PSDB-GO). Essa diferença de tratamento é reveladora do caráter e da ética-marginal desses setores.

Mas estão caindo máscaras, estão sendo revelados fragmentos dos fatos como realmente aconteceram e esses fragmentos, partes de um “quebra-cabeça” gigantesco, revelam que o tal MENSALÃO é “fato inventado”, ou seja, é mentira.

Por quê? Bem, comecemos pelo que vemos hoje... Por exemplo, o Procurador-Geral da República demorou inexplicavelmente uma eternidade para apresentar denuncia contra o Senador Demóstenes Torres, eleito pelo DEM-GO. O “diligente” Gurgel tinha em mãos o inquérito da Operação Vegas desde 2009, isso mesmo em três anos não tomou nenhuma providência, ou como dizemos “sentou em cima”... Há quem defenda que a desídia do Sr. Gurgel caracteriza crime de responsabilidade do Procurador-Geral da República previsto no número “3” do artigo 40, da Lei 1079/50.

E o leitor desavisado poderia pensar que em se tratando de uma investigação que envolve um Senador da República, um Governador, por tratar-se de tema de alta complexidade, ou a alguma estratégia esse tempo seria justificável, etc. e tal. Mas não é justificável.

Não se justifica o “cuidado” e a “parcimônia” de Gurgel com Demóstenes (então no DEM), Cachoeira, Marconi Perilo (PSDB-GO) e com a revista Veja quando comparados à pressa do antigo Procurador-Geral Antonio Fernando de Souza, que apresentou a denuncia do “mensalão” em Fevereiro de 2006, quando nem o inquérito da policia Federal e nem o relatório da “CPI do Mensalão” estavam prontos.

Na minha maneira de ver Gurgel e Souza praticaram, cada um a seu tempo, em tese, um crime funcional contra a Administração Pública, um crime que consiste em retardar (no caso de Gurgel) ou deixar de praticar devidamente ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei (no caso de Souza), para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. O crime denomina-se prevaricação e isso merece ser explicado à sociedade.

E não é só. Por que Gurgel simplesmente ignora as declarações do ex-prefeito de Anápolis-GO Ernani de Paula ao jornalista Paulo Henrique Amorim? Estará Roberto Gurgel prevaricando novamente? O estará a serviço, direito ou indireto, do crime organizado e seus associados? As declarações de Ernani de Paula deveriam ser objeto de atenção e investigação do Procurador-Geral, ele deveria ter requerido a imediata suspensão da tramitação do processo do mensalão e ampliar as investigações. Por que suspender a tramitação do processo? Porque, segundo o ex-prefeito, a fita de vídeo com imagens em que um diretor dos Correios, Mauricio Marinho, recebendo propina (imagens divulgadas pela revista Veja e reproduzidas no jornal nacional) e a fita com imagens de Waldomiro Diniz foram “armação” e tinha por objetivo criar instabilidade institucional e atingir o governo Lula e o Chefe da Casa Civil do, José Dirceu. Uma tentativa de golpe institucional?

Bem, o ex-prefeito de Anápolis-GO afirma ainda que a partir daí “... esse processo todo foi criado [o mensalão]. E não foi o mensalão aquela ideia de que a gente tem do mensalão de que todos os deputados receberam todos os meses. Tanto é que isso não aconteceu. Tivemos um ou outro, enfim… Mas pegaram ícones para que pudessem pegar o governo logo em seu início e enfraquecê-lo.” Um golpe?

E diante dessas afirmações do ex-prefeito o que fez o procurador-geral Gurgel? Nada. Nada que eu saiba, absolutamente nada... Mas a parte podre da imprensa e da classe política, a parte que protege o Demóstenes, apoiou o Serra e ainda acredita nas teses neoliberais (quando até Angela Merkel passou a defender o crescimento econômico para vencer a crise), passou a cobrar rapidez no julgamento de um processo que pode ser no seu todo um factóide... Que posição ética, democrática e republicana, não é?

Por isso tudo (ressalvando que não tenho nenhuma divergência quanto à necessária investigação e condenação de culpados em malfeitos) reafirmo a minha divergência quanto ao método de espetacularizar circunstâncias e condenar previamente aqueles que são, em principio e por principio, inocentes e gostaria que o “por enquanto” Procurador-Geral Gurgel prestasse contas de seus atos e omissões à sociedade, bem como se mantivesse calado ao invés de fazer esse papel de miliciano dos golpistas, contraventores e quetais.

Pedro Benedito Maciel Neto, 48, advogado, sócio da MACIEL NETO ADVOCACIA, professor e autor de “Reflexões sobre o estudo do Direito”, ed. Komedi, 2007.
Curriculum Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4229337H0

Mais um truque baixo da Folha. O modus operandi da imprensa golpista.

Haja estômago: Para livrar a cara, mídia tenta envolver até Dilma com Cachoeira
Written By ronaldo - livreiro on quinta-feira, 10 de maio de 2012 | 16:30

BLOG DO ESMAEL
* Lista da Folha também traz o nome de Beto Richa

Primeiro, para tentar impedir o depoimento do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a velha mídia dissemina a falsa informação de que se trata de uma estratégia para impedir o julgamento do “mensalão”. Segundo a Polícia Federal, Gurgel sabia da Operação Vegas, que envolvia o senador Demóstenes Torres (GO) e o bicheiro Carlinhos Cachoeira desde 2009, mas não fez absolutamente nada.

Como todos nós sabemos, Cachoeira municiava repórteres de jornais e revistas com informações de grampos telefônicos realizados ilegalmente. Os alvos eram políticos e agentes públicos que podiam atrapalhar os negócios da empreiteira Delta, protegida pelo bicheiro.

A CPI do Cacheira na verdade precisa ser uma CPI da Mídia porque ela deixa no chinelo o mafioso modus operandi de Rupert Murdoch, do News of the World, na Inglaterra, que também obtinha informações por meio de escutas ilegais.

Dito isto, para livrar a cara, a velha mídia brasileira agora tenta envolver até a presidenta Dilma Rousseff nas traquinagens de Cachoeira. A Folha de S. Paulo divulgou nesta tarde uma lista com 82 nomes que “tiveram relações ou foram apenas citados” com o mafioso Cachoeira.

Para dar a impressão de que todos são iguais e todos têm relações obscuras, a lista também traz três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), quatro governadores — Marconi Perillo (GO), Antonio Anastasia (MG), Beto Richa (PR) e Agnelo Queiroz (DF) –, além de senadores, deputados federais, secretários de Estado e dirigentes partidários.

Veja lista divulgado pela Folha com nomes de deputados federais, senadores, ministros e governadores citados na lista por ordem alfabética:

Senador Aécio Neves (PSDB-MG)

Deputado distrital Agaciel Maia

Governador Agnelo Queiroz (PT-DF)

Presidente DEM-DF Alberto Fraga

Governador do Paraná Beto Richa (PSDB)

Senador Blairo Maggi (PR-MT)

Deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO).

Senador Demóstenes Torres (sem partito-DF)

Ministro Antônio Dias Toffoli (STF)

Presidente Dilma Rousseff (PT)

Deputado Fernando Francischini (PSDB-PR)

Gilmar Mendes (ministro do STF)

Maguito Vilela (prefeito de Aparecida de Goiânia)

Vice-governador Tadeu Filipeli (PMDB-DF)

Deputado Sandes Junior (PP-GO)

Senador José Sarney (PMDB-AP)

Deputado federal Jovair Arantes (PP-GO)

Deputado federal Leonardo Vilela (PMDB-GO)

Luiz Fux (ministro STF)

Governador Marconi Perillo (PSDB-GO)

Deputado federal Marcos Montes (DEM-MG)

Reinaldo Sobrinho (secretário de segurança do Paraná)

Deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO)

Deputado federal Stephan Necessian (PPS-RJ)

Deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP)

"Min. Ayres Brito, O senhor é responsável direto pelo aumento do descalabro da mídia" (L. Nassif)

Carta aberta ao Ministro Ayres Brito

Autor: Luis Nassif

Em respeito ao STF, fechei o post para comentários.

Ministro Ayres Brito,

Em que mundo o senhor vive? O senhor tem feito o jogo do jornalismo mais vergonhoso que já se praticou no país, usurpado os direitos de centenas de pessoas que buscavam na Justiça reparação contra os crimes de imprensa de que foram vítimas. E não para, não se informa, não aprende, não consegue pisar no mundo real, dos fatos.

No poder judiciário, o senhor tornou-se o principal responsável pelo aprofundamento inédito dos vícios jornalísticos. Sua falta de informação, sua atração pelo aplauso fácil, fez com que olhasse hipnotizado para os holofotes da mídia e, ao acabar com a Lei de Imprensa sem resolver a questão do Direito de Resposta, deixasse de cumprir seu dever constitucional de zelar pelos direitos individuais de centenas de vítimas de abusos da imprensa.

Centenas de pessoas sendo massacradas pelo jornalismo difamatório e o senhor ainda vem com essa história de defender a mídia das decisões de juízes de primeira instância.

Tomo meu caso.

Por conta das ligações de Roberto Civita com Daniel Dantas, fui alvo de ataques difamatórios da revista Veja. Entrei com direito de resposta na Vara de Pinheiros. Caiu com a juíza Luciana Novakoski Ferreira, uma magistrada sem nenhuma sensibilidade para com a reputação alheia, capaz de considerar como meras ironias os piores ataques difamatórios.

A juíza alegou que a inicial de meu advogado estava incorreta, por não especificar os crimes cometidos pela revista. Com toda a bagagem, de juíza de inúmeras ações de Direito de Resposta contra a Veja, ela não sabia que Direito de Resposta não exige especificação de crime – cuja tipificação entra em outro tipo de ação.

O advogado apelou para a Segunda Instância e, por unanimidade, os desembargadores determinaram que voltasse para a Vara de Pinheiros e que a juíza proferisse sua sentença – fundamental para dar andamento à ação.

A juíza recusou-se outra vez, e aí recorrendo ao álibi Ayres Brito: alegou que a Lei de Imprensa tinha revogado o Direito de Resposta. Volta para a Segunda Instância que, por unanimidade, constata o óbvio: o direito de resposta é norma constitucional.

Volta para a juíza, a esta altura com 3 anos de atraso. E ela alega que o STF eliminou a lei de imprensa e não regulamentou novo procedimento. E que não cabia a um juizado criminal apreciar a ação.

Agora os advogados da Abril pedem a anulação da ação alegando que, devido ao tempo decorrido, não há mais o que reparar.

Aí tenta-se a Vara da Freguesia do Ó para outras ações contra a Abril. Mais de dois anos e não chegou sequer às mãos dos juízes, que fogem de casos de mídia como o diabo da Cruz. E vem o senhor defender o mau jornalismo do quê?

Repito: o senhor é responsável direto pelo aumento do descalabro da mídia, os assassinatos de reputação que pegavam indistintamente culpados e inocentes, que arrasaram com a vida de centenas de pessoas. Não extirpou o Direito de Resposta, porque é norma constitucional. Mas fez pior: anulou um direito constitucional, sentando em cima do vácuo da lei.

O senhor não entendeu que, ao contrário do que propaga, a mídia não precisa ser defendida do Judiciário; é o Judiciário que precisa ser defendido do mau jornalismo. Ele intimida e corrompe. Intimida com ataques e dossiês; corrompe ao oferecer visibilidade a magistrados de espírito fraco.

O senhor deveria por um minuto sair de sua redoma, de seu mundo do faz-de-conta e passar o que passaram as vítimas desse jornalismo, testemunhar o abalo que esses ataques produziram em famílias, em mães, filhos, avós, entender por um minuto sequer o sentimento de indignação e impotência de ver direitos básicos sendo pisoteados a cada ataque difamatório sem que a Justiça se manifeste. E, depois, olhar para a esperança de justiça – o Supremo Tribunal Federal – e se deparar com o senhor, com sua insensibilidade e desinformação.

Por tê-lo como desinformado, não desejo para o senhor um centésimo do que esses assassinos de reputação provocaram em centenas de vítimas.

Se tiver estômago, se não afetar sua alma poética, leia parte dos ataques que Roberto Civita encomendou a seus jagunços: está aqui no endereço https://sites.google.com/site/luisnassif02/acaradaveja

domingo, 6 de maio de 2012

Veja, a vanguarda da mídia sem princípios.

sábado, 5 de maio de 2012

Veja e o conluio da bandidagem
Por Mino Carta, na CartaCapital:

Por que a mídia nativa fecha-se em copas diante das relações entre Carlinhos Cachoeira e a revistaVeja? O que a induz ao silêncio? O espírito de corpo? Não é o que acontece nos países onde o jornalismo não se confunde com o poder e em vez de servir a este serve ao seu público. Ali os órgãos midiáticos estão atentos aos deslizes deste ou daquele entre seus pares e não hesitam em denunciar a traição aos valores indispensáveis à prática do jornalismo. Trata-se de combater o mal para preservar a saúde de todos. Ou seja, a dignidade da profissão.

O Reino Unido é excelente e atualíssimo exemplo. Estabelecida com absoluta nitidez a diferença entre o sensacionalismo desvairado dos tabloides e o arraigado senso de responsabilidade da mídia tradicional, foi esta que precipitou a CPI habilitada a demolir o castelo britânico de Rupert Murdoch. Isto é, a revelar o comportamento da tropa murdoquiana com o mesmo empenho investigativo reservado à elucidação de qualquer gênero de crime. Não pode haver condão para figuras da laia do magnata midiático australiano e ele está sujeito à expulsão da ilha para o seu bunker nova-iorquino, declarado incapaz de gerir sua empresa.

O Brasil não é o Reino Unido, a gente sabe. A mídia britânica, aberta em leque, representa todas as correntes de pensamento. Aqui, terra dos herdeiros da casa-grande e da senzala, padecemos a presença maciça da mídia do pensamento único. Na hora em que vislumbram a chance, por mais remota, de algum risco, os senhores da casa-grande unem-se na mesma margem, de sorte a manter seu reduto intocado. Nada de mudanças, e que o deus da marcha da família nos abençoe. A corporação é o próprio poder, de sorte a entender liberdade de imprensa como a sua liberdade de divulgar o que bem lhe aprouver. A distorcer, a inventar, a omitir, a mentir. Neste enredo vale acentuar o desempenho da revista Veja. De puríssima marca murdoquiana.

Não que os demais não mandem às favas os princípios mais elementares do jornalismo quando lhes convém. Neste momento, haja vista, omitem a parceria Cachoeira-Policarpo Jr., diretor da sucursal de Veja em Brasília e autor de algumas das mais fantasmagóricas páginas da semanal da Editora Abril, inspiradas e adubadas pelo criminoso, quando não se entregam a alguma pena inspirada à tarefa de tomar-lhe as dores. Veja, entretanto, superou-se em uma série de situações que, em matéria de jornalismo onírico, bateram todos os recordes nacionais e levariam o espelho de Murdoch a murmurar a possibilidade da existência de alguém tão inclinado à mazela quanto ele. E até mais inclinado, quem sabe.

O jornalismo brasileiro sempre serviu à casa-grande, mesmo porque seus donos moravam e moram nela. Roberto Civita, patrão abriliano, é relativamente novo na corporação. Sua editora, fundada pelo pai Victor, nasceu em 1951 e Veja foi lançada em setembro de 1968. De todo modo, a se considerarem suas intermináveis certezas, trata-se de alguém que não se percebe como intruso, e sim como mestre desbravador, divisor de águas, pastor da grei. O sábio que ilumina o caminho. Roberto Civita não se permite dúvidas, mas um companheiro meu na Vejacensurada pela ditadura o definia como inventor da lâmpada Skuromatic, aquela que produz a treva ao meio-dia.

Indiscutível é que a Veja tem assumido a dianteira na arte de ignorar princípios. A revista exibe um currículo excepcional neste campo e cabe perguntar qual seria seu momento mais torpe. Talvez aquele em que divulgou uma lista de figurões encabeçada pelo então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, apontados como donos de contas em paraísos fiscais.

Lista fornecida pelo banqueiro Daniel Dantas, especialista no assunto, conforme informação divulgada pela própria Veja. O orelhudo logo desmentiu a revista, a qual, em revide, relatou seus contatos com DD, sem deixar de declinar-lhes hora e local. A questão, como era previsível, dissolveu-se no ar do trópico. Miúda observação: Dantas conta entre seus advogados, ou contou, com Luiz Eduardo Greenhalgh e Márcio Thomaz Bastos, e este é agora defensor de Cachoeira. É o caso de dizer que nenhuma bala seria perdida?

Sim, sim, mesmo os mais eminentes criminosos merecem defesa em juízo, assim como se admite que jornalistas conversem com contraventores. Tudo depende do uso das informações recebidas. Inaceitável é o conluio. A societas sceleris. A bandidagem em comum.

Domingo Espetacular, da TV Record, produz matéria histórica sobre como a Veja servia ao crime organizado.

sábado, 5 de maio de 2012

Veja ameaça STF com possíveis denúncias.

SEXTA-FEIRA, 4 DE MAIO DE 2012

Veja chantageia Supremo Federal


Como é próprio do banditismo jornalístico praticado pela revista Veja, a versão eletrônica do periódico publicou nota na internet, assinada pelo jornalista Lauro Jardim, dizendo que foram remetidos ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito que apura ações criminosas de Carlinhos Cachoeira autos de nova investigação, até agora desconhecida, que envolveriam em ilícitos do contraventor nada menos que 4 magistrados da mais alta corte do País e ainda outros 10 juízes do Superior Tribunal de Justiça.

Se os poderes investigativos da República encarnados na CPI já tinham motivos de sobra para levar aos tribunais os acintosos controladores da revista mais os tem agora diante da flagrante chantagem que fazem os Civita de porem as instituições abaixo caso perseverem os intentos de convocação do magnata dono da Editora Abril.

A nota-ameaça, que foi confirmada pelo colunista mesmo depois de manifestação expressa do presidente da CPI sobre a absoluta improcedência da notícia de que tenha sido remetida à comissão qualquer outro inquérito senão aqueles já divulgados pela polícia federal, surge logo após entrevista dada pelo relator da comissão Odair Cunha na qual afirmava que havia disposição de convocar responsáveis da Veja caso as investigações apontassem conexões entre a organização criminosa e o semanário.

Fica evidente, pela ousadia e afronta do colunista, que não cessaram as ligações entre funcionários da empresa jornalística e o criminoso, mesmo depois da sua prisão dois meses atrás. De dentro da cadeia, e antes que venha depor perante a CPI, Cachoeira ainda promove dossiês e usa a revista para antecipá-los.

Se for verdade o que dizem Veja e Cachoeira a República virá abaixo como disse o jornalista Luis Nassif, quem primeiro comentou o assunto. Se for simples blefe da quadrilha, será o caso de imputar à publicação as penas cominadas na Lei de Segurança Nacional por injúria grave ao poder judiciário brasileiro, o que poderia levar até ao encerramento das atividades da publicação.

É grave o que vem a público com a singela nota da revista Veja. Ou se lhe dá completa elucidação ou se apaguem as luzes da República.

Serra alimenta Veja com dinheiro público e usa jornalista da revista em sua campanha.

Serra deu R$ 34 milhões à editora que publica a revista Veja quando era governador de SP
Tucano escolheu um ex-jornalista da revista para assumir sua campanha à Prefeitura de SP
Do R7

Valter Campanato/ABr

Compra das assinaturas representava cerca de 25% da tiragem da Nova Escola

Um levantamento feito junto ao Diário Oficial do Estado de São Paulo mostra que o ex-governador José Serra, quando ocupava o cargo, pagou cerca de R$ 34 milhões ao longo de um ano ao Grupo Abril, responsável pela publicação da revista Veja.

A pesquisa feita pelo jornalista Altamiro Borges em 2010, do jornal Correio do Brasil, revela que o dinheiro era transferido do governo paulista para o grupo por causa de assinaturas de revistas.

Parte do dinheiro foi destinado para a compra de cerca de 25% da tiragem da Nova Escola e injetou alguns milhões nos cofres de Roberto Civita, o empresário que controla a Editora Abril.

Além disso, na época, o tucano também apresentou proposta curricular que obrigava a inclusão no ensino médio de aulas baseadas nas edições do Guia do Estudante, outra publicação do grupo.

Depois de vários contatos, o R7 aguardava o retorno prometido pelos assessores do ex-governador.

Caso Cachoeira e a Veja
Nesta semana, gravações feitas pela Polícia Federal, às quais o R7 teve acesso, mostraram que Cláudio Abreu , ex-diretor da Delta Construções, deu orientações a um dos redatores-chefes da revista Veja, Policarpo Júnior, para produção de uma reportagem sobre Agnelo Queiroz (PT-DF).

Dias antes, foi publicada uma denúncia sobre a atuação do governador na operação Caixa de Pandora, que derrubou o antecessor e rival José Arruda (ex-DEM). 

Aparentemente, o grupo de Cachoeira tentava abastecer a revista com informações que interessavam a seus negócios.

Entre o dia 29 e 30 de janeiro, membros do grupo discutiram a repercussão da matéria e usaram a história para pressionar o governo pelo cumprimento de uma promessa não identificada pelo inquérito da PF.

Recentemente, Serra, atual pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, anunciou o jornalista Fábio Portela, ex-editor de Brasil da revista Veja, como coordenador de imprensa de sua campanha.

Cachoeira mandou, a Veja publicou. É a imprensa do crime.

Veja pode ser acusada de crime de “favorecimento real”
Posted by eduguim on 04/05/12 • Categorized as Análise


A edição de sexta-feira, 4 de maio de 2012, do jornal Folha de São Paulo traz a seguinte manchete de primeira página: “Relator da CPI do Cachoeira diz que poderá investigar mídia”. O relator é o deputado Federal Odair Cunha (PT-MG), que declarou que “se houve cooptação e corrupção de alguns atores da mídia, isso deve ser investigado”. Para ele, “não há tema proibido”.

Antes de prosseguir há que ler a matéria, que reproduzo abaixo. Se já leu, pule e vá à continuação do post. Caso contrário, leia.



- clique na imagem para ir à página original -

O fato é um só: há indícios mais do que concretos de que a publicação, através de um ou mais membros de sua equipe, publicou matérias do interesse do criminoso Carlos Cachoeira, que está preso na penitenciária da Papuda, em Brasília, tendo tido já habeas corpus negado pela Justiça.

Cachoeira, é bom dizer, não é apenas um contraventor. A exploração de jogos ilegais pode ser contravenção, mas o bicheiro não cometeu só esse tipo de infração da lei. Há crimes de associação criminosa, de corrupção de autoridades e de apropriação indébita de dinheiro público. No mínimo, é isso, mas podem aparecer muitos outros crimes.

Guarde esta informação, leitor, pois precisará dela mais adiante.

A revista Veja e o resto da grande imprensa omitem diálogos comprometedores do jornalista Policarpo Júnior, citado na matéria da Folha supra reproduzida, mas esses diálogos sugerem influência do criminoso Carlos Cachoeira na publicação da Editora Abril, a qual pode ter publicado matérias a pedido dele.

Revista e congêneres contra-argumentam que Cachoeira era apenas uma fonte da revista, mas há elementos mais do que suficientes para insinuar que pode ter ocorrido mais do que isso. O que se suspeita contra a Veja, suspeita-se contra outras pessoas que aparecem nas gravações da Polícia Federal e que estão alegando a mesma coisa que a Veja e o resto da grande imprensa.

Tome-se o exemplo de Carlos Cachoeira e o deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO). Matéria da mesma Folha explica uma situação que pode, perfeitamente, aplicar-se à Veja. Leia matéria da versão eletrônica do jornal na internet que parece pretender aliviar a barra de Leréia, ma que não consegue por razões que explico logo em seguida ao que vem abaixo.



- clique na imagem para ir à página original -

A matéria é extremamente condescendente com Leréia, pois, como pedi para que o leitor se lembrasse, Cachoeira não é só um contraventor. Fosse assim, não teria sido criada uma CPI. A contravenção dele deu curso a crimes, crimes dos quais ele participou, e se participou de crimes torna-se um… criminoso. Ou não?

Ah, mas, então, a mídia e a própria Veja alegam que a imprensa tem garantia constitucional de sigilo da fonte, e diz de uma forma como se sigilo da fonte significasse inimputabilidade total inclusive para acobertar e favorecer crimes.

Não é bem assim. Outra matéria explica melhor do que este blogueiro “sujo” explicaria. É do site Legislação em Comunicação. Permite ao leitor entender que há limites muito claros a esse preceito constitucional sobre sigilo da fonte. Leia a matéria abaixo e, em seguida, a conclusão deste post.

—–

Legislação em Comunicação

http://legislacaoemcomunicacao.blogspot.com.br/2011/05/sigilo-das-fontes.html

TERÇA-FEIRA, 10 DE MAIO DE 2011

Anonimato de fontes na imprensa

Por Carolina Câmara

Estudos apontam que as primeiras práticas de anonimato tiveram origem na associação de credores do Estado, ainda na Idade Média. Mas foi em 1407, em Gênova, através do Banco São Jorge, que surgiram as primeiras sociedades anônimas, no qual o investidor, que emprestava o dinheiro, não se identificava.

O conceito mais comum sobre o termo é entendido como o ato de não querer se identificar. Hoje, no entanto, a ideia sobre anonimato possui um caráter diferente e é regido por leis. A Constituição Federal, no art. 5º inciso IV, proíbe o anonimato de forma ampla, abrangendo todos os meios de comunicação (cartas, matérias jornalísticas, informes publicitários, mensagens na Internet, notícias radiofônicas ou televisivas, etc.), ao deixar claro que “É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.”.

No âmbito jornalístico, no entanto, ocorre uma prática que vai de encontro com a referida lei: é o caso do sigilo de fontes. O anonimato das mesmas ocorre com o intuito de proteção e segurança do indivíduo que forneceu determinada informação. Na maioria dos casos, são vítimas ou testemunhas de um crime ou casos de violência contra o patrimônio público e cidadania. Segundo Yara Vasku, jornalista do Jornal A Tarde, as editorias de política e polícia são as que reservam mais exemplos desses casos.

Legislação

Entrevista com Társis Lima – Juiz Federal

Com a não validação da Lei de Imprensa, como o jornalista e fonte são assegurados diante das matérias publicadas?

A extinta Lei de Imprensa assegurava a conduta: “No exercício da liberdade de manifestação do pensamento e de informação, não é permitido o anonimato. Será, no entanto, assegurado e respeitado o sigilo quanto às fontes ou origem de informações recebidas ou recolhidas por jornalistas, rádio-repórteres ou comentaristas”. Mas, com a decisão do Supremo Tribunal Federal de declarar a inconstitucionalidade de diversos artigos da Lei de Imprensa (Lei n. 5.250/67), em 2007, as questões relativas a ilícitos e danos causados através da imprensa passaram a ser regidas pelo Código Penal e pelo Código Civil.

É preciso salientar que ambos devem ser interpretados a partir da Constituição Federal da República do Brasil, que fixa premissas básicas para as relações entre mídia e vida privada, mídia e sociedade, mídia e Estado (art. 5., IV, e art. 220 a 224).

Quais leis asseguram o sigilo de fontes na imprensa?

O sigilo da fonte é uma conseqüência lógica da liberdade de imprensa, já que o jornalismo ocupa o espaço institucional de veiculação de informações com objetividade, ou seja, assume-se como órgão voltado especificamente ao dever de informar (órgão de comunicação social, regulada pelos art. 220 a 224 da Constituição Federal).

(…)

—–

Quem tiver interesse, pode ler a matéria na íntegra. Sua parte final discorre sobre os direitos da fonte que tiver seu sigilo violado pela imprensa, mas aqui o que se discute é o fato de que a fonte que se diz proteger não era uma vítima, mas uma autora de crimes. E este blog acredita, com base em consulta a mais de uma fonte versadas em Direito, que todos os indícios desse tipo de relação da Veja com Carlos Cachoeira estão presentes.

Faz-se necessário que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga o esquema criminoso se debruce também sobre essa questão devido aos meios poderosos que a revista Veja dispõe para favorecer crimes e sobre sua responsabilidade aumentada em veicular só a verdade e de, inclusive, informar crimes, o que, aliás, tem sido a tônica do trabalho que alega fazer “pelo país” e “contra a corrupção”.

O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha, diz que “pode” ocorrer essa investigação. Este post ilustra com base em quê. Resta saber se a CPI cumprirá seu dever, se não se deixará pressionar pelo poder da mídia. Se tal omissão ocorrer, a sociedade civil não pode aceitar. Alguém terá que se levantar contra essa bofetada no povo brasileiro. E alguém se levantará, isso é certeza.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Humberto Costa tirou as meias de Demóstenes sem tirar-lhe os sapatos. (Josias de Souza)

03/05/2012 - 18:00
Relator usa Demóstenes para moer Demóstenes
Josias de Souza


Nelson Rodrigues escreveu: “A grande tempestade é a de ópera. A orquestra imitando trovão convence muito mais do que o próprio trovão.” Assim era o senador Demóstenes Torres. Quando trovejava sobre os antagonistas, seus raios que os partam produziam mais estrago do que tempestade genuína.

O velho cronista também anotou: “Nenhum raio assusta mais do que um relâmpago de curto-circuito.” Foi assim, ligando os fios desencapados de um mesmo circuito, que o relator do Conselho de Ética do Senado, Humberto Costa, produziu o clarão definitivo. Uniu o Demóstenes pré-Cachoeira ao Demóstenes pós-Cachoeira.

O relator expôs a falta de decoro do acusado sem lançar mão de um mísero grampo da PF. Tampouco valeu-se de recortes de jornal. Para expor o ex-Demóstenes, Humberto serviu-se apenas da defesa apresentada pelo senador ao Conselho de Ética e dos dados que havia sobre Demóstenes nos anais do Senado.

O Demóstenes do discurso de 6 de março, que negou os vínculos com negócios ilegais de Cachoeira, era um opositor “militante” da jogatina que fez a fortuna de Cachoeira. O ex-Demóstenes dos anais operou a favor do jogo –ora por ação ora por inação. Humberto desencavou um discurso em que o senador acusado defendeu explicitamente a legalização do jogo.

O Demóstenes do pronunciamento alegara que se ligara a Cachoeira por razões familiares e fortuitas. O ex-Demóstenes dos arquivos do Senado farejara com meses de antecedência o escândalo que explodiria, em 2004, a partir da autofilmagem em que Cachoeira registrou o encontro no qual Waldomiro Diniz exigiu-lhe propina.

Perscrutando o papelório da CPI dos Bingos, Humberto verificou que, numa de suas conclusões, a comissão do Fim do Mundo atestara que o vídeo produzido pelo bicheiro em 2002 era usado por ele para chantagear um Waldomiro guindado ao estratégico posto de subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil no alvorecer do primeiro mandato de Lula.

Cachoeira tramava unir-se à Gtech, multinacional que geria as loterias da Caixa Econômica Federal. Como sabia que Waldomiro era dado a receber dinheiro por baixo da mesa, usou-o para traficar influência no governo. Nessa época, Demóstenes valeu-se das prerrogativas de senador para requisitar informações sobre a renovação de um contrato da Caixa com a Gtech.

O país não suspeitava que a equipe do então ministro José Dirceu abrigava um Waldomiro. Mas Demóstenes, à época um senador de primeiro mandato, parecia farejar do nada a encrenca que estava por vir. Quando sobreveio o vídeo que implodiu Waldomiro, o senador posou de pitonisa. Os parceiros de oposição elogiaram-lhe a capacidade de antecipar-se ao escândalo.

Ao unir as pontas do circuito em seu relatório, Humberto fez do talento premonitório de Demóstenes uma evidência de que, já naquela época, o Senado abrigava um ex-Demóstenes. A pseudopremonição do senador não era senão uma evidência de que o projeto de paladino da ética alimentava-se das informações providas pelo contraventor aético.

Ao recheio dos anais, Humberto juntou as “confissões” da peça de defesa de um ex-Demóstenes insuspeitado. O reconhecimento de que recebeu presentes do amigo tóxico –a geladeira e o fogão importados, o rádio Nextel que se imaginava imune a grampos, o voo de táxi aéreo… Pronto. Estava claro que o ex-Demóstenes mentira ao posar de Demóstenes no discurso em que defendera a honra perante os colegas, ateando neles solidariedades inauditas.

Presente à sessão do curto-circuito, Antonio Carlos de Almeida ‘Kakay’ Castro, o advogado de um hiper desmascarado ex-Demóstenes, teve franqueados os microfones do Conselho de Ética. Viu-se compelido a elogiar a peça do relator. Enxergou no algoz de seu cliente um quase-colega: o senador Humberto é médico, mas daria um ótimo advogado, disse.

Kakay queixou-se das surpresas injetadas no relatório. Disse que 80% do texto de Humberto é feito de matéria prima nova. Novidades que não constavam da acusação original. “Vim preparado para enfrentar uma representação do PSOL, mas o voto aqui apresentado é relativo a outros fatos. O primeiro direito do cidadão é de ser bem acusado, de ter contra si uma acusação precisa, definida e delimitada.”

Kakay pediu novo prazo de cinco dias para refazer a defesa. O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), presidente do Conselho de Ética, deu de ombros. Disse que, uma vez aberto o processo por quebra de decoro, os defensores terão a possibilidade de se reposicionar em cena.

O relatório de Humberto Costa (PT-PE) vai a voto no Conselho na próxima terça (8). Deve ser aprovado. Vai-se, então à fase das inquirições, perícias, diligências e do contraditório. O texto preliminar será adensado pelas evidências que pululam no inquérito que corre no STF. O Senado só não leva o escalpo do ex-Demóstenes à bandeja se não quiser. O relator fez a parte dele. Tirou as meias do acusado sem tirar-lhe os sapatos. Caberá ao plenário submeter o amigo de Cachoeira ao chão frio da desonra.

- Serviço: aqui, a íntegra do relatório de Humberto Costa.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Desdobramentos do caso Demóstenes-Cachoeira apontam para Serra.

Colocaram o bode na sala de Serra
José Serra é um dos maiores prejudicados com o desmantelamento da quadrilha liderada por Carlinhos Cachoeira, escudada pelo vestal Demóstenes Torres.
A seguir o seu curso natural, mais e mais integrantes abandonados e excluídos vão dar com as línguas nos dentes e revelar ao Brasil a verdadeira extensão dos tentáculos da ORCRIM (Organização Criminosa - já estou me habituando a linguagem policial com a leitura do inquérito).
Não pode ser outra a conclusão ao ler as declarações de Ernani de Paula, ex-prefeito de Anápolis, traído por Cachoeira.
Ele sabe muito e quer falar.
Já deu duas dicas interessantes: sigam os genéricos e as faculdades privadas.
E genéricos lembram quem? Serra.
Outro duro golpe no eterno candidato é a derrubada eminente de Marconi Perillo. E a completa desmoralização e a criminalização da revista Veja e de seu comandante Civita.
Os próximos capítulos não serão fáceis para Serra e os tucanos, mas a solidariedade não parece o forte dessa ave (que possui dois dedos pra frente e dois pra trás... vai entender porque.. ).
Aécio, ao ler as pesquisas que apontam a popularidade recorde do governo Dilma, mais do que depressa colocou Serra na disputa por 2014 e passou a mirar a Cidade Administrativa que construiu à semelhança dos prédios de Brasília para contentar o seu ego.
Alckmin, já anunciou que todos os contratos com a construtora Delta com o governo do Estado de São Paulo serão auditados.
Não por acaso o maior contratante foi o governador Serra, e quem assinou os contratos foi o famoso Paulo Preto.
Colocaram o bode na sala de Serra.