sábado, 31 de março de 2012

Globo censura Rádio Moreno. A justificativa é a ética.

Os amigos do Presidente Lula

sexta-feira, 30 de março de 2012

Censura na Globo: Moreno apaga ironia sobre conexão Veja-Carlinhos Cachoeira


Na Globo, jornalista demotucano pode até estar envolvido em esquema de corrupção do calibre de Carlinhos Cachoeira, que está acima do bem e do mal, e não pode ser criticado, segundo uma nota na rádio Moreno, onde diz:

"Independentemente da condição de respeitabilidade que usufrui no meio o jornalista Policarpo Junior, não considero correto que um blog de jornalista agrida outro jornalista".

Chega até a ser escárnio, ler na tela de "O Globo" que "Reza o bom jornalismo que a denúncia em si não é notícia. Só depois de apurada e ouvida as partes envolvidas". Coisa que a Globo se lixa quando se trata de políticos que o jornal toma como inimigos políticos.

São "dois pesos e duas medidas", como se diz no popular.

Centenas de denúncias levianas e estapafúrdias contra políticos que apoiam os governos Lula e Dilma, ou contra os próprios Presidentes, nunca foram censuradas nas organizações Globo, por mais absurdas e desmentidas que fossem.

Já valeu até "reporcagens" baseadas apenas no gó-gó do ex-presidiário Rubnei Quicoli, sem qualquer apuração que sustentasse denúncias mirabolantes "como reza o bom jornalismo".

Já uma única ironia sobre o editor da revista Veja, Policarpo Júnior, supostamente pego com a boca na botija em 200 ligações telefônicas com Carlinhos Cachoeira, escrita pelo jornalista Theofilo Silva, no blog Rádio Moreno, foi apagada, e substituída por um pedido de desculpas à revista Veja e seu editor.

A Globo só não consegue apagar e censurar as redes sociais. Eis o texto apagado que já caiu na rede:

A Cachoeira do Carlinhos
THEÓFILO SILVA
Corre um boato em Brasília que tem gente que “caiu na cachaça”, na cidade, que está tomando porres – de Scotch Blue Label, claro – fazendo festa, comemorando. O motivo seria a desgraça do Catão de Goiás, o implacável caçador de corruptos, senador Demóstenes Torres. Eles estariam eufóricos, porque o homem que os apontou, quando da operação Caixa de Pandora, aquela que afastou todo o governo do Distrito Federal, está provando do mesmo remédio que lhes ministrou, e é agora vítima da Operação Monte Carlo da polícia federal.

Os exultantes farristas seriam, entre muitos outros, o ex-governador de Brasília José Roberto Arruda e sua quadrilha. Desculpem, turma, aquela mesma que perdeu os cargos públicos e passou boas semanas no Presídio da Papuda – belo nome para um presídio. Dizem que tem corrupto chorando de emoção, abraçando a família, mandando rezar missas, pagando promessas, até soltando fogos, por se sentir vingado, vendo o colega de partido, que não teve condescendência com eles, ser acusado de crimes mais graves do que o deles. “Nada como um dia atrás do outro”, estão dizendo os ex-deputados expulsos do DEM pela pronta ação de Demóstenes na executiva do Partido. Vemos que nem toda desgraça produz somente dor. A euforia das vítimas do Savonarola do Senado é uma prova de que a vingança é mesmo um prato servido frio! Em sua cruzada ética pelo país, qualquer homem público acusado pela imprensa, polícia, promotoria, tinha em Demóstenes, o senador promotor, um rápido julgamento.

Vamos esquecer Demóstenes um pouco, e falar do seu querido amigo e professor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Shakespeare diz em uma de suas peças que: “O dinheiro é o melhor soldado, quando ele vai à frente todas as portas se abrem!”. Cachoeira seguia essa premissa, pois saiu derramando dinheiro pra tudo quanto é lado.

Será que o apelido Cachoeira é porque ele faz o dinheiro jorrar facilmente para as mãos de seus amigos: Demóstenes, Valdomiro, Leréia e outros? O Jornal Nacional mostrou um vídeo em que Cachoeira comenta que despejou três milhões de reais nos baldes do senador. E é só o começo, a polícia federal calcula que o montante chega a cinquenta milhões de reais!

Cachoeira conseguiu derramar seu dinheiro na Secretaria de Segurança Pública de Goiás, onde teria mais de 250 pessoas nomeadas, e outros servidores públicos trabalhando para ele, dentro da polícia federal, ministério público, poder judiciário, e por aí vai. Vários deles estão presos. Como água, que entra em todo canto, Cachoeira espalhou-se por dentro do Estado, minando as instituições públicas. Para acumular esse dinheiro, e comprar essas autoridades todas, Cachoeira explorava os jogos caça-níqueis por todo o estado de Goiás e entorno de Brasília. Para isso, contava com apoio do senador mais respeitado da República, o procurador de justiça Demóstenes Torres.

O fato é que, a Cachoeira do Carlinhos inundou o Estado, derramando dinheiro sobre todos aqueles que facilitavam seus crimes. Sem concorrentes, controlando um negócio ilícito, de lucro fácil, o contraventor podia comprar qualquer um. Um dos outros envolvidos por Cachoeira estaria o poderoso editor da revista Veja, Policarpo Júnior, que falou com Cachoeira mais de duzentas vezes por telefone. Se você compra a imprensa e as autoridades públicas, o que mais falta para ser o dono do Estado?

O grande problema do Cachoeira é que, numa Cachoeira quanto mais água ela jorra, mais incontrolável ela fica, então, do mesmo jeito que ela pode banhar os seres que vivem em torno dela, também pode afogá-los. De certa forma, foi isso que aconteceu com essa turma toda, a Cachoeira que os engordou, acabou por afogá-los! Tem tanta gente afogada nessa história, que ainda não deu tempo de ver os corpos! Eles vão começar a aparecer agora! Demóstenes é o primeiro deles.

Theófilo Silva é articulista colaborador da Rádio do Moreno.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Rovai resgata o envolvimento de Cachoeira na queda de Zé Dirceu.

Da Revista Fórum - Blog do Rovai
Quem armou para arrancar Zé Dirceu do governo Lula?

28 de março de 2012 às 17:04

A história política é repleta de senões e detalhes é preciso ficar atento a eles. Há uma cena que sempre me vem à mente quando o caso do mensalão volta à tona. Ao fim da entrevista do presidente Lula com os “blogueiros sujos” foi sugerida uma foto oficial. Antes de fazê-la, senti Lula pegando-me pelo braço e ao mesmo tempo dizendo: “Deixa eu dizer uma coisa, deixa eu dizer uma coisa…”, o que fez com que os “sujos” se reunissem em torno dele. Sem que ninguém tivesse tocado no assunto, disparou. “Uma coisa que quero combinar com vocês é que depois que eu desencarnar vou contar tudo o que sei dessa história do mensalão. Sabem por quê? Porque o Zé Dirceu pode ter muitos defeitos, mas o que fizeram com ele nessa história foi um absurdo… Depois de desencarnar, quero dar uma entrevista para vocês para falar disso, combinado?”

Dito isto, falou: “Cadê o cloaquinha, vem cá cloaquinha, fica do meu lado”. Foi quando foi tirada a foto abaixo.





Hoje depois de ler algumas matérias relacionando o caso Demóstenes e Cachoeira ao episódio do mensalão, recordei-me de uma reportagem publicada no Jornal Nacional em março de 2004, mais precisamente no dia 30 de março.

Ela trazia o conteúdo de um grampo que envolvia Carlinhos Cachoeira e o subprocurador da República, José Roberto Santoro. Aliás, o mesmo subprocurador do famoso Caso Lunus, que atropelou a candidatura de Roseana Sarney.

Não estou aqui a fazer insinuações nem ilações. Mas nesse grampo da época Santoro diz textualmente como o leitor poderá ver mais abaixo, que:

“Ele (Cláudio Fontelles, procurador à época) vai chegar aqui e vai dizer o sacana do Santoro resolveu acabar com o governo do PT, e pra isso arrumou um jornalista (Mino Pedrosa, da Veja), juntaram-se com um bicheiro, e resolveram na calada da noite tomar depoimento. Não foi nem durante o dia, foi às 3h da manhã. (…) Ele vai vir aqui, e vai ver, tomando um depoimento pra, desculpe a expressão, pra ferrar o chefe da Casa Civil da Presidência da República, o homem mais poderoso do governo, ou seja, pra derrubar o governo Lula.”

Foi a partir desse episódio de Waldomiro Diniz que José Dirceu começou a cair.

Mais à frente, outro grampo, neste caso de Maurício Marinho, diretor dos Correios, publicado pela Revista Veja, detonou o escândalo do Mensalão. Roberto Jefferson, então presidente do partido de Marinho, o PTB, resolveu sair atirando e afirmando que o esquema tinha relação com uma mesada para deputados federais.

E escolheu José Dirceu como alvo.

A revelação de que Demóstenes era quase como um “sócio” de Cachoeira e de que o caso está na gaveta do procurador Roberto Gurgel desde 2009 são elementos suficientes para que essa história do mensalão comece a ser relida a partir de outros ângulos. Um deles:

“Quem armou para arrancar Zé Dirceu do governo Lula?”

Segue a degravação do JN do dia 20 de março, que revela depoimento de Cachoeira ao subprocurador da República José Roberto Santoro, antes de o caso se tornar um escândalo. Ao ler essa degravação a luz dos novos acontecimentos o leitor talvez imagine o tamanho da pulga que está atrás da orelha deste blogueiro sujo.

APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : Surge uma nova fita do caso Waldomiro Diniz. Ela registra um depoimento extra-oficial que o dono de casas de jogos, Carlos Cachoeira, prestou ao subprocurador da República, José Roberto Santoro, antes de o escândalo vir a público pela revista Época.

APRESENTADOR WILLIAM BONNER : O objetivo do subprocurador era obter oficialmente, de Cachoeira, a fita em que Waldomiro pede dinheiro a ele. O depoimento teria durado quatro horas, mas somente 28 minutos foram gravados.

APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : O Jornal Nacional obteve a fita, sábado passado, de um intermediário que se disse a mando de Carlos Cachoeira. Ao investigarmos o intermediário, constatamos que ele, de fato, tinha relações próximas com Cachoeira. A fita foi levada à perícia, que atestou que ela não apresentava montagem.

APRESENTADOR WILLIAM BONNER : Ontem, a Procuradoria da República, ao oferecer denúncia no caso do contrato da G-Tech com a Caixa, pediu o perdão judicial para Carlos Cachoeira, com a alegação de que ele estaria colaborando com a Justiça. Hoje, quando o Jornal Nacional finalmente conseguiu falar com Cachoeira, ele negou ser o autor da gravação, como o intermediário tinha dito. E disse nada saber sobre ela. O intermediário não soube explicar a atitude de Cachoeira.

APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : Como a fita foi aprovada pela perícia, o Jornal Nacional decidiu divulgá-la. Procedendo assim, considera que está contribuindo para a elucidação de todos os aspectos que o escândalo tem. A fita teria sido gravada, segundo o intermediário, na noite do dia 12 de fevereiro. O procurador Santoro admite que os diálogos existiram, mas disse que o depoimento ocorreu no dia 8 de fevereiro. Dele, participaram, além de Santoro e Cachoeira, o procurador Marcelo Serra Azul, um delegado da Polícia Federal, Jácomo Santoro, um advogado de Cachoeira e a mulher dele.

APRESENTADOR WILLIAM BONNER : Na fita, o procurador Santoro se mostra preocupado com o adiantado da hora. Eram 3h da manhã. Diz a Cachoeira que seu superior hierárquico, o procurador Cláudio Fontelles, costuma chegar cedo ao trabalho. Que se o encontrasse ali, poderia estranhar a reunião e veria um subprocurador geral da República empenhado em derrubar o governo do PT.

REPÓRTER : A fita foi examinada pelo perito Ricardo Molina. No laudo, ele certifica que a gravação não apresenta indícios de montagem. O subprocurador José Roberto Santoro ouviu o depoimento de Cachoeira e pediu que ele entregasse a fita de vídeo em que o ex-assessor do Palácio do Planalto, Waldomiro Diniz, aparece pedindo propina, porque, segundo ele, seria uma prova lícita.

GRAVAÇÃO:
SANTORO : Faz o seguinte: entrega a fita, não depõe, diz que vai depor mais tarde pra ver o que que aconteceu, porque aí você acautela que você colaborou com a Justiça, entregou a fita, acautelou prova lícita o cacete a quatro. Então. E aí vem o cafofo

REPÓRTER : A fita de vídeo, a que se referia o subprocurador, foi gravada por Cachoeira em 2002.

GRAVAÇÃO:
Um por cento.
No total?

REPÓRTER : O subprocurador já tinha uma cópia dessa gravação, que segundo ele havia sido entregue pelo senador Antero Paes de Barros, do PSDB de Mato Grosso, mas queria uma cópia do próprio Cachoeira. Ele, porém, durante horas recusou-se a entregar espontaneamente a gravação. Como alternativa, Cachoeira propôs que a Polícia Federal fizesse uma busca para apreender a fita.

GRAVAÇÃO:
CACHOEIRA: Eu entrego o endereço, entrego tudo… Combino o local.
SANTORO: Você sabe o que vai acontecer com essa fita?
CACHOEIRA: Ham?
SANTORO: A busca e apreensão vai ser feita pela Polícia Federal, a Polícia Federal vai lá bater. É isso? A primeira coisa que vai ser, vai ser periciada e a primeira pessoa que vai ter acesso a essa fita é o Lacerda, o segundo é o ministro da Justiça e o terceiro é o Zé Dirceu. E o quarto o presidente.
CACHOEIRA: Ah, é desse jeito?

REPÓRTER : Em vários trechos da fita, Santoro procura encerrar logo a conversa. Diz que quer evitar o encontro com o procurador geral da República, superior dele. No diálogo, Santoro diz que o procurador poderia ver motivações políticas na investigação realizada naquelas condições.

GRAVAÇÃO:
SANTORO: Daqui a pouco o Procurador Geral vai dizer assim, porra, você tá perseguindo o governo que me nomeou Procurador Geral, Santoro, que sacanagem é essa? Você tá querendo ferrar o assessor do Zé Dirceu, o que que você tem a ver com isso aí eu vou dizer: não, eu não tenho nada, tô ajudando, porra, ajudando como, você é um subprocurador Geral, você não tem que ficar na madrugada na Procuradoria tomando depoimento dos outros.
CACHOEIRA: É claro.
SANTORO: Ele vai chegar aqui e vai dizer o sacana do Santoro resolveu acabar com o governo do PT, e pra isso arrumou um jornalista, juntaram-se com um bicheiro, e resolveram na calada da noite tomar depoimento. Não foi nem durante o dia, foi às 3h da manhã.

REPÓRTER :O jornalista a que se refere Santoro é Mino Pedrosa, dono de uma empresa de comunicação e que foi assessor de Cachoeira. Num diálogo, fica claro que Pedrosa foi uma das duas pessoas que tiveram acesso à fita com a conversa entre Waldomiro e Cachoeira. Em outro trecho, Santoro volta a mostrar preocupação com o tempo.

GRAVAÇÃO:
SANTORO: Daqui a pouco o Procurador Geral chega, que ele chega 6h da manhã. Ele vai ver o carro, ele vai vir aqui na minha sala. Ele vai vir aqui, e vai ver, tomando um depoimento pra, desculpe a expressão, pra ferrar o chefe da Casa Civil da Presidência da República, o homem mais poderoso do governo, ou seja, pra derrubar o governo Lula. A primeira coisa que ele vai dizer é o seguinte,o Santoro é meu inimigo, porque ele podia, como meu amigo, ter ligado pra mim e ter dito assim, olha, vai dar porcaria pro Zé Dirceu”. E eu não fiz isso. Não vou fazer mais, por quê? Porque chega. (ouviram?)

REPÓRTER : E adiante, mais uma vez, revela preocupação com a possibilidade da chegada do procurador geral, Claudio Fonteles.

GRAVAÇÃO:
SANTORO: Ó, estourou o meu limite, daqui a pouco o Cláudio chega, chega às 6h da manhã, vai ver teu carro na garagem, vai ser o que tem e vai ver um subprocurador geral empenhado em derrubar o governo do PT , você vê,3h da manhã, bicho…

REPÓRTER : O subprocurador José Roberto Santoro reconheceu que a conversa existiu, mas disse que a gravação é só de uma parte do diálogo, e que esse trecho está fora de contexto. José Roberto Santoro, o depoimento foi marcado à noite porque esse foi o horário escolhido por Carlinhos Cachoeira. Os outros depoimentos dados por ele também foram à noite. Sobre os trechos em que fala das conseqüências políticas e da possível reação do procurador-geral, Santoro disse que isso foi uma forma de pressionar Cachoeira, já que era tarde e ele se recusava a entregar a fita ou dar um depoimento consistente.
O subprocurador disse que insistiu para receber a fita de Cachoeira, porque a Justiça poderia ter dúvidas sobre a validade da cópia entregue pelo senador Antero Paes de Barros.

APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES :O procurador geral da República, Cláudio Fontelles, disse que não iria se manifestar porque, pela Constituição, todos os integrantes do Ministério Público têm autonomia e independência funcional. O jornalista Mino Pedrosa disse que teve acesso à fita, mas que devolveu a Cachoeira sem ter feito cópia ou ter entregue a gravação a outra pessoa.

APRESENTADOR WILLIAM BONNER : A revista Época, editada pela Editora Globo, informou que obteve a fita do senador Antero de Barros no dia 4 de fevereiro e que imediatamente mandou fazer uma perícia nela. Constatada a ausência de fraude, a revista ouviu os envolvidos. E obteve, em entrevista, a confissão de Waldomiro Diniz de que, de fato, tinha pedido dinheiro a Carlos Cachoeira para campanhas eleitorais e propina para um amigo. Diante disso, a revista Época publicou a reportagem que revelou ao Brasil o escândalo Waldomiro – como agora o caso é chamado – e cumpriu seu dever com os leitores e com o país, sua única motivação.

APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : A direção da Caixa Econômica Federal entrou com representação no Ministério Público Federal, questionando o trabalho feito pelo procurador Marcelo Serra Azul no inquérito que investigou a renovação de contrato entre a Caixa e a GTech, empresa americana que opera o sistema de loterias no Brasil. O inquérito denunciou o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, por gestão fraudulenta e corrupção na negociação de renovação do contrato. Jorge Mattoso negou que vá se afastar do cargo ou demitir funcionários também denunciados pelo promotor.

Mensalão by Demóstenes e Cachoeira, a dupla perversa .

Do Brasil247
“Cachoeira e Demóstenes armaram o mensalão”


Foto: Edição/247
QUEM DIZ É O EX-PREFEITO DE ANÁPOLIS (GO) ERNANI DE PAULA, QUE CONVIVEU COM OS DOIS; ELE FOI AMIGO DO CONTRAVENTOR E SUA MULHER SANDRA ELEGEU-SE SUPLENTE DO SENADOR DO DEM EM 2002; “CACHOEIRA FILMOU, POLICARPO PUBLICOU E DEMÓSTENES REPERCUTIU”, DISSE ELE AO 247
28 de Março de 2012 às 11:29

Marco Damiani _247 – O Mensalão, maior escândalo político dos últimos anos, que pode ser julgado ainda este ano pelo Supremo Tribunal Federal, acaba de receber novas luzes. Elas partem do empresário Ernani de Paula, ex-prefeito de Anápolis, cidade natal do contraventor Carlinhos Cachoeira e base eleitoral do senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

“Estou convicto que Cachoeira e Demóstenes fabricaram a primeira denúncia do mensalão”, disse o ex-prefeito em entrevista ao 247. Para quem não se lembra, trata-se da fita em que um funcionário dos Correios, Maurício Marinho, aparece recebendo uma propina de R$ 5 mil dentro da estatal. A fita foi gravada pelo araponga Jairo Martins e divulgada numa reportagem assinada pelo jornalista Policarpo Júnior. Hoje, sabe-se que Jairo, além de fonte habitual da revista Veja, era remunerado por Cachoeira – ambos estão presos pela Operação Monte Carlo. “O Policarpo vivia lá na Vitapan”, disse Ernani de Paula ao 247.

O ingrediente novo na história é a trama que unia três personagens: Cachoeira, Demóstenes e o próprio Ernani. No início do governo Lula, em 2003, o senador Demóstenes era cotado para se tornar Secretário Nacional de Segurança Pública. Teria apenas que mudar de partido, ingressando no PMDB. “Eu era o maior interessado, porque minha ex-mulher se tornaria senadora da República”, diz Ernani de Paula. Cachoeira também era um entusiasta da ideia, porque pretendia nacionalizar o jogo no País – atividade que já explorava livremente em Goiás.

Segundo o ex-prefeito, houve um veto à indicação de Demóstenes. “Acho que partiu do Zé Dirceu”, diz o ex-prefeito. A partir daí, segundo ele, o senador goiano e seu amigo Carlos Cachoeira começaram a articular o troco.

O primeiro disparo foi a fita que derrubou Waldomiro Diniz, ex-assessor de Dirceu, da Casa Civil. A fita também foi gravada por Cachoeira. O segundo, muito mais forte, foi a fita dos Correios, na reportagem de Policarpo Júnior, que desencadeou todo o enredo do Mensalão, em 2005.

Agora, sete anos depois, na operação Monte Carlo, o jornalista de Veja aparece gravado em 200 conversas com o bicheiro Cachoeira, nas quais, supostamente, anteciparia matérias publicadas na revista de maior circulação do País.

Até o presente momento, Veja não se pronunciou sobre as relações de seu redator-chefe com o bicheiro. E, agora, as informações prestadas ao 247 pelo ex-prefeito Ernani de Paula contribuem para completar o quadro a respeito da proximidade entre um bicheiro, um senador e a maior revista do País. Demonstram que o pano de fundo para essa relação frequente era o interesse de Cachoeira e Demóstenes em colocar um governo contra a parede. Veja foi usada ou fez parte da trama?

segunda-feira, 26 de março de 2012

Se manifeste contra a privataria da Cultura!



As rádios e a TV Cultura de São Paulo se consolidaram historicamente como uma alternativa aos meios de comunicação privados. As rádios AM e FM ficaram conhecidas pela excelente programação de música popular brasileira e de música clássica. A televisão criou alguns dos principais programas de debates de temas nacionais, como o Roda Viva e o Opinião Nacional, e constituiu núcleos de referência na produção de programas infantis e na de musicais, como o Ensaio e o Viola, Minha Viola. As emissoras tornaram-se, apesar dos percalços, um patrimônio da população paulista.

Contudo, nos últimos anos, a TV e as rádios Cultura estão passando por um processo de desmonte e privatização, com a degradação de seu caráter público. Esse e outros fatos se destacam:
  • mais de mil demissões, entre contratados e prestadores de serviço (PJs); 
  • extinção de programas (Zoom, Grandes Momentos do Esporte, Vitrine, Cultura Retrô, Login) e tentativa de extinção do Manos e Minas; 
  • demissão da equipe do Entrelinhas e extinção do programa, sem garantias de que ele seja quadro fixo do Metrópolis; 
  • aniquilação das equipes da Rádio Cultura e estrangulamento da equipe de jornalismo; 
  • enfraquecimento da produção própria de conteúdo, inclusive dos infantis; 
  • entrega, sem critérios públicos, de horários na programação para meios de comunicação privados, como a Folha de S.Paulo; 
  • cancelamento de contratos de prestação de serviços (TV Justiça, Assembleia e outros); 
  • doação da pinacoteca e biblioteca; 
  • sucateamento da cenografia, da marcenaria, de maquinaria e efeitos, além do setor de transportes. 
Pela sua composição e formato de indicação, o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta não tem a independência necessária para defender a Cultura das ações predatórias vindas de sua própria presidência. Mesmo que tivesse, sobre alguns desses pontos o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta sequer foi consultado.

Não podemos deixar esse patrimônio do povo de São Paulo ser dilapidado, vítima de sucateamento promovido por sucessivas gestões sem compromisso com o interesse público, seriamente agravado na gestão Sayad.

Nesse momento, é preciso afirmar seu caráter público e lutar pelos seguintes pontos:
Contra o desmonte geral da rádio e TV Cultura e pela retomada dos programas.

Em defesa do pluralismo e da diversidade na programação.

Por uma política transparente e democrática para abertura à programação independente, com realização de pitchings e editais.

Pela democratização do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta

ATO CONTRA A PRIVATARIA DA CULTURA
3 de abril, terça-feira, às 19h
Sindicato dos Engenheiros de São Paulo
Rua Genebra, 25 – Centro (ao lado da Câmara Municipal)

Gilberto Maringoni
Hamilton Octavio de Souza
Ivana Jinkings
Joaquim Palhares – Carta Maior
Laurindo Lalo Leal Filho
Luiz Carlos Azenha – blog Vi o Mundo
Luiz Gonzaga Belluzzo
Renato Rovai – Revista Fórum e Presidente da Altercom
Rodrigo Vianna – blog Escrevinhador
Wagner Nabuco – Revista Caros Amigos
Emir Sader
Flávio Aguiar
Altercom - Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação
Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
CUT – Central Única dos Trabalhadores
Frente Paulista pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação
Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social

terça-feira, 20 de março de 2012

Globo e Sanguessuga 2, a revelação. Serra é ligado, mais uma vez, a esquemas de corrupção com ambulâncias.

Do Amigos do Presidente Lula
Ministério da Saúde na gestão Serra fez contratos com empresa TOESA para serviços de ambulâncias.
Diário Oficial da União de 11/01/2000
http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=3&pagina=27&data=11/01/2000

O programa Fantástico da TV Globo (de 18/3/2012), montou uma reportagem onde um repórter se passava por gestor de compras do hospital de pediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (com autorização do hospital), e emitiu cartas-convite para contratação de serviços a algumas empresas.

O repórter gravou reuniões com representantes das empresas onde eles combinam resultados de licitações superfaturadas, pagando propina sobre os contratos......

O Fantástico não falou, mas as empresas foram escolhidas a dedo pela produção por já estarem envolvidas em escândalos de corrupção anteriormente (o que não invalida a reportagem).

Cortina de fumaça... que explodiu no colo de Serra
A denúncia montada atende ao interesse público e é válida a iniciativa do programa em desmascarar empresas corruptas, só cabe estranhar a TV Globo levar ao ar essa matéria sobre corrupção que não se consuma (pois era uma encenação), e não noticiar os casos de corrupção consumados da semana, como as relações do "professor"-bicheiro Carlinhos Cachoeira com o senador Demóstenes Torres (DEM/GO) e com o governo de Marconi Perillo (PSDB/GO).....

Parece até cortina de fumaça para encobrir o escândalo Carlinhos Cachoeira. A suspeita se reforça quando o Jornal Nacional reeditou a notícia na segunda-feira, acrescentando a informação de que a oposição ao governo federal fala em pedir uma CPI da saúde para investigar.

O problema é que a fumaça vai toda em direção a José Serra.

Outro esquema Sanguessuga?
A base governista deve assinar em peso essa CPI, pois será mais um capítulo da Privataria Tucana, misturado com sanguessuga 2.

E a primeira convocação deve começar pelas raízes do esquema, convocando José Serra (PSDB/SP) para explicar os contratos assinados entre o Ministério da Saúde (quando Serra era ministro), e a empresa Toesa Service Ltda. (uma das denunciadas pelo Fantástico), para oferecer serviços de ambulância terceirizados aos hospitais federais no Rio de Janeiro.

Eis alguns contratos firmados pela TOESA com o Ministério da Saúde, durante a gestão de José Serra:


Diário Oficial da União de 10/09/1999
http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=3&pagina=19&data=10/09/1999


Diário Oficial da União de 13/12/1999
http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=3&pagina=41&data=13/12/1999

Os contratos acima são apenas uma amostra. Num levantamento completo aparecem bem mais contratos.

A pergunta que não quer calar é: as negociações desses contratos quando Serra era ministro foram daquele jeito que o Fantástico mostrou?

Quando Serra assumiu a prefeitura de São Paulo, a Toesa foi atrás
Bastou José Serra ocupar a prefeitura de São Paulo em 2005, para a Toesa Service inaugurar filial em São Paulo, atendendo "já de início a Prefeitura" (nas palavras da própria empresa):



http://www.toesa.com.br/quem-somos.html

E continuou contratada pela prefeitura na gestão de Gilberto Kassab:



Ministério Público investiga empresa no mensalão do DEM
Depois de atender José Serra, a Toesa também abriu filial no Distrito Federal para atender o ex-governador José Roberto Arruda (ex-DEM) e de seu então secretário de saúde Augusto Carvalho (PPS). Estava envolvida no esquema do mensalão do DEM. Arruda e Carvalho gastaram por mês com a Toesa (sem licitação) mais do que gastaram com o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, apoiado pelo Ministério da Saúde) no ano todo de 2009.


http://www.jusbrasil.com.br/diarios/6731240/dodf-secao-03-13-11-2009-pg-73/pdfView

A Toesa também responde processo no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, está envolvida em irregularidades em Natal (RN) e é investigada pelo Ministério Público de Goiás.

segunda-feira, 19 de março de 2012

PIG usa TV Pública para fazer dinheiro e expandir o seu poder. Obra do PSDB.

RADIODIFUSÃO PÚBLICA

Folha, TV Cultura e as más notícias
Por Alberto Dines em 14/03/2012 na edição 685

A inglesa BBC ou a americana PBS armariam parcerias de longo prazo com emissoras privadas dos respectivos países? Dificilmente. Mas sentem-se à vontade para associar-se entre si. A Fundação Ford, por sua vez, bancou o projeto de Fred W. Friendly (1915-1998) para a criação do Public Broadcasting System e anos mais tarde financiou a entrada da British Broadcasting Corporation nos Estados Unidos.

O sistema televisivo em países democráticos é um tabuleiro com vetores diferenciados, claramente identificados e distribuídos equitativamente com o objetivo de equilibrar conteúdos. A iniciativa privada disputa a concessão de canais para explorá-los comercialmente dentro de normas e regulamentos aprovados pela sociedade – e, para contrabalançar seu potencial econômico e político, o poder público cria canais públicos de TV (caso dos EUA e Reino Unido) ou estatais de interesse público (caso do Brasil). Uma terceira alternativa é o projeto de TV comunitária que ainda não conseguiu viabilizar-se como alternativa plena.

Cada vetor tem funções e papéis específicos funcionando dentro dos princípios democráticos de poder e contrapoder. Esse conflito funcional e orgânico funciona como a plataforma de uma sociedade estável, equilibrada e dinâmica.

Fato consumado
A parceria do Grupo Folha com a TV Cultura de São Paulo é, paradoxalmente, boa para o telespectador e ruim para a TV brasileira. Simplesmente porque anula as imperiosas diferenciações entre os parceiros. A TV pública é uma alternativa à TV comercial. Seu papel é eminentemente crítico, sua função é, digamos, “republicana” para promover um equilíbrio entre o interesse público e os demais interesses que envolvem a TV comercial. E esta também tem importante função crítica opondo-se aos interesses políticos, culturais ou religiosos das TVs públicas e/ou estatais.

O programa TV Folha que a TV Cultura passou a apresentar aos domingos anula a diferenciação e o contraditório. É mais um produto saído da nossa usina de “cordialidades” e complacências. Transforma uma emissora pública em um prolongamento da mídia privada, emascula afetivamente a sua independência, poda o seu DNA alternativo, contestador e cidadão. Simultaneamente, elimina da pauta de um jornal intransigente como a Folha de S.Paulo apreciável coleção de palpitantes assuntos na esfera cultural e política.

A anunciada adesão da Editora Abril a este perigoso esquema federativo (com um programa às terças-feiras) só confirma esta análise. O programa da Folha é pago pela montadora Renault, os comerciais exibidos não são de caráter institucional – como se espera da propaganda em redes públicas –, vendem carros ostensivamente.

Folha e TV Cultura certamente dividirão o faturamento, isso significa que não se trata de mero intercâmbio entre produtores de conteúdo e plataformas divulgadoras. A TV Cultura transfere-se com armas e bagagens para o campo comercial. É uma péssima notícia para todas as partes. Inclusive para as emissoras comerciais, que passam a contar com concorrentes inesperados.

O Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta aprovou a metamorfose ou terá que engoli-la como fato consumado? Houve tentativas de aproximação da TV Cultura com a outra rede pública, a TV Brasil? [segue]

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domingo, 18 de março de 2012

Globo aciona “as meninas do Jô”



Por Altamiro Borges

Na quarta-feira passada (14), as “meninas do Jô” foram novamente acionadas pela TV Globo. Após um longo tempo de sumiço, Lucia Hippolito, Cristiana Lobo, Lilian Witte Fibe e Ana Maria Tahan voltaram ao programa comandado por Jô Soares. O retorno, em pleno ano de eleições municipais (coincidência?), deve causar preocupação. Afinal, o quarteto é conhecido por suas posições políticas direitistas.

As “meninas do Jô” não têm nada de inocente e neutro. Elas se projetaram no conturbado período do chamado “escândalo do mensalão do PT”, com a sua ácida oposição ao governo Lula. Tornaram-se um símbolo da partidarização da TV Globo, que apostou todas suas fichas no sangramento do ex-presidente da República – beirando inclusive a proposta do impeachment de Lula.

Gafe preconceituosa de Jô Soares
Na reestreia, as “meninas do Jô” evitaram comentários mais polêmicos e corrosivos. Elas trataram de temas gerais, sem a famosa verve oposicionista. O deslize coube ao próprio Jô Soares, que esbanjou preconceito contra os moradores das comunidades do Rio de Janeiro. Mesmo assim, é bom ficar esperto. Será que as “meninas do Jô” irão agora praticar um jornalismo mais isento?

Será que elas vão fazer algum comentário mais crítico sobre as ligações do mafioso Carlinhos Cachoeira com o líder dos demos Demóstenes Torres? Será que vão abordar as denúncias contidas no livro “A privataria tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro? Será que irão destilar seu veneno contra os candidatos do PSDB e do DEM às principais prefeituras do Brasil?

“Haja bolinha de papel”
O próprio Jô Soares deu uma dica sobre qual será o papel das “calunistas” da TV Globo. Informou que “as meninas” voltarão uma vez por mês, pelo menos, “para comentar os fatos como, por exemplo, o mensalão que vai ser julgado agora”. Como já alertou o blog “Os amigos do presidente Lula”, é bom ficar atento às novas manipulações da poderosa emissora.

“Num ano eleitoral, a Rede Golpe escala toda sua programação para sua pauta única de sempre: campanha eleitoral negativa anti-Lula, anti-Dilma, anti-trabalhadores. Se preparem, porque haja bolinha de papel”.

Atacar e desarmar o Irã é mais vantajoso para a economia mundial.

Eventual ataque ao Irã teria amplo impacto na economia mundial
Valor Econômico - 14/03/2012

"Ninguém anunciou uma guerra, minha jovem", disse o presidente dos EUA, Barack Obama, em Nova York em 2 de março, apontando o dedo para uma pessoa da plateia que criticou a possibilidade de uma ação militar contra o Irã. "Mas compreendemos sua opinião." O auditório aplaudiu e um sorriso atravessou o rosto do presidente.

É muito cedo para dizer quando, ou mesmo se, a prolongada disputa sobre o programa nuclear do Irã vai resultar num conflito armado. "Ainda há uma janela para uma solução diplomática", disse Obama antes de um encontro com o premiê de Israel, Benyamin Netanyahu, em 5 de março. Uma série de sanções econômicas ocidentais contra o governo iraniano, que incluem o embargo às exportações de petróleo para a União Europeia, aumentou a disposição dos governantes do país de "recomeçar as negociações sem precondições, coisa à qual eles não estavam receptivos no ano passado", diz Karim Sadjadpour, analista especializado em Irã do Carnegie Endow-ment for International Peace. Uma guerra com o Irã em 2012 "é plausível, mas não provável", diz ele.

A justificativa econômica contra uma guerra é forte. O nervosismo com a instabilidade no Oriente Médio já elevou o preço do petróleo tipo Brent em cerca de 10% desde o começo do ano. Até um conflito limitado com o Irã - o segundo maior produtor de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), atrás só da Arábia Saudita - elevaria o prêmio de seguro sobre o tráfego de navios petroleiros pelo golfo Pérsico.

O Irã exporta 2,5 milhões de barris de petróleo por dia, e a Opep carece de capacidade para compensar a provável perda de fornecimento iraniano na eventualidade de um ataque, segundo afirma Robert McNally, presidente do Rapidan Group, uma consultoria especializada no setor de energia.

Isso seria uma fórmula para um choque do petróleo muito mais doloroso que o atualmente vivido pelos consumidores mundiais. "O que estamos vendo agora é um mercado que está muito temeroso e muito apertado", diz McNally, ex-diretor sênior de energia internacional do National Security Council. "Nessas condições, não é preciso muita coisa para provocar uma disparada nos preços do petróleo."

O quanto o preço subiria com uma guerra e quais as consequências para a economia mundial? Isso dependerá de dois fatores: se a ação militar será iniciada por Israel ou pelos EUA, e da resposta do Irã.

Um ataque de Israel, que possui um poder aéreo limitado, pode terminar em questão de horas. Teria como alvos as quatro principais instalações nucleares iranianas de que o mundo tem notícia, mas não há garantias de que as bombas israelenses conseguiriam penetrar e destruir as instalações subterrâneas mais profundas do Irã.

Por outro lado, um ataque pelos militares americanos seria mais longo e mais abrangente, segundo Matthew Kroenig, especialista em segurança nuclear do Council on Foreign Relations, um centro de estudos americano. Ele acredita que uma campanha de bombardeios de duas semanas poderia não só varrer do mapa o programa nuclear iraniano, como também acabar com as defesas aéreas do país e com parte de sua capacidade em termos de mísseis balísticos.

Acredita-se que a nova geração de bombas "bunker-buster" (que penetram em bunkers subterrâneos) dos EUA, de 13.600 kg, poderia pulverizar alvos a até 60 m embaixo do solo. "Há muita confusão entre o que um ataque israelense faria e o que um ataque americano poderia fazer", diz Kroenig. "Israel conseguiria fazer o programa nuclear iraniano retroceder entre um e três anos. Os EUA conseguiriam atrasá-lo por dez anos."

Mas os custos disso poderão ser muito grandes. Se os EUA atacarem, "os iranianos poderão achar que têm menos a perder", retaliando com agressividade, acredita Michael Makovsky, diretor de política externa do Bipartisan Policy Center de Washington. Teerã poderia tentar sabotar instalações petrolíferas na Arábia Saudita e no sul do Iraque, lançar mísseis contra Israel ou empregar navios de guerra menores para investir contra navios petroleiros no mar da Arábia.

O pior cenário possível seria uma ação do Irã para sufocar o acesso ao Estreito de Hormuz, pelo qual passam até 40% do petróleo transportado por via marítima no mundo, possivelmente liberando seu estoque de 2.000 minas. Os EUA já alertaram que tal iniciativa provocaria um ataque total contra os militares iranianos. Será que o país está disposto a assumir tal risco? "Se o Irã concluir que seu regime está ameaçado, poderá tentar ampliar o máximo possível o conflito, com a maior rapidez possível, para levar outras potências a agir como mediadores", diz McNally.

Uma análise da consultoria Rapidan Group prevê que um ataque aéreo direcionado contra o Irã, seguido de uma resposta parcial iraniana, levaria os preços do petróleo a subir US$ 23 por barril antes de um recuo. O petróleo tipo Brent foi negociado a US$ 125,98 o barril na sexta. Um conflito mais prolongado, se envolver o fechamento, mesmo que breve, do Estreito de Hormuz, poderia elevar os preços do petróleo em US$ 60 por barril, "Isso seria a maior ruptura geopolítica da história do mercado global de petróleo", afirma McNally.

Ed Morse, diretor global da análise de commodities do Citigroup, estima que, se o petróleo chegar a US$ 160 o barril, os EUA perderiam dois pontos percentuais de crescimento econômico, o bastante para acabar com a nascente recuperação e fazer o país voltar à recessão.

O dilema para o governo Obama é que as alternativas podem ser ainda piores. "Se não tivermos esse confronto agora e acabarmos com um Irã nuclear, teremos que avaliar as consequências de lidar com uma corrida armamentista nuclear no Golfo Pérsico", diz Anthony Cordesman, do Center for Strategic and International Studies.

No mínimo, os EUA teriam de investir em novas tecnologias antimísseis e manter presença considerável no Oriente Médio, justo agora que se retira de suas guerras na região. "Isso poderia ter um grande impacto na intenção dos EUA de reduzir seus gastos com defesa", diz Cordesman. Como um Irã nuclear deixaria o Oriente Médio e o mundo menos estáveis, isso também implicaria viver com preços do petróleo maiores por um futuro indeterminado. "De longe, o pior resultado para a economia mundial seria o Irã com armas nucleares e hostil", diz McNally.

terça-feira, 13 de março de 2012

Conar decide pela suspensão da campanha contra as sacolinhas, da APAS. Tentativa de propaganda enganosa.

Boletim Eletrônico - Edição 122 | São Paulo, 12 de março de 2012.
INP.org.br

Conar decide que APAS deve suspender campanha publicitária contra sacolas plásticas.

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) decidiu, por unanimidade, que a Associação Paulista de Supermercados (APAS) deve suspender imediatamente sua campanha publicitária contra as sacolas plásticas.

A representação foi feita pela Plastivida Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos, que se baseou no "Anexo U" do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária que trata de "Apelos de Sustentabilidade" na publicidade no Brasil. Segundo Jorge Kaimoti, advogado da Plastivida, “os princípios éticos exigidos no Anexo U não foram respeitados pela campanha, intitulada Vamos Tirar o Planeta do Sufoco”. Ainda segundo Kaimoti, “por meio desta iniciativa e considerando o resultado unânime obtido no julgamento, mostramos à sociedade que a publicidade da APAS em questão não respeita o cidadão, caracterizando uma tentativa de propaganda enganosa".

A ação movida pela Plastivida procurou mostrar que o conteúdo da campanha contraria os oito itens da ética publicitária no que se refere à sustentabilidade. Durante o processo no CONAR, a APAS não apresentou qualquer dado científico que embase os apelos ambientais citados na campanha. Segundo Miguel Bahiense, presidente da Plastivida, “a campanha não se mostrou verídica, não apresentou informações com exatidão e clareza, não apresentou fontes científicas para comprovar suas posições, ou seja, deixou a concretude, exigida no código, de lado".

Outro ponto questionado pela Plastivida no processo se refere ao fato de que, em momento algum da campanha, a APAS informou ao cidadão que o custo das sacolas já é embutido no preço dos produtos e que, apesar de deixar de distribuí-las, estas continuam a ser cobradas indiretamente, caracterizando claro prejuízo econômico ao consumidor, sem qualquer vantagem ambiental.

A decisão está publicada no site da entidade: www.conar.org.br.

sexta-feira, 9 de março de 2012

"A liberdade só garante que a imprensa é livre, não garante que ela seja boa" (FM)

Governo tem obrigação de liderar regulação da mídia e confio que irá fazê-lo, diz Franklin Martins
ronaldo - livreiro on sexta-feira, 9 de março de 2012 | 08:24

Gilson Sampaio Via CartaMaior



Em debate realizado em Curitiba, ex-ministro disse que governo pode ser mais rápido ou mais lento no debate sobre a regulação da mídia, mas o importante é que o debate já está aberto e não pode mais ser interditado. “O governo tem a obrigação de liderar esse processo. E eu confio que irá fazê-lo.” “O que está em jogo é como será feito este debate, através de um acerto entre quatro paredes, ou se a sociedade vai participar”, destacou Franklin Martins.

Fernando César Oliveira - Especial para Carta Maior

Curitiba - O ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Franklin Martins, afirmou na noite desta segunda-feira (5) que o debate sobre o marco regulatório das comunicações está definitivamente aberto e que o governo Dilma tem a obrigação de liderá-lo.

“Esse debate [sobre a regulação da mídia] está colocado, o governo pode ser mais rápido ou mais lento, mas o debate já está aberto. Não pode mais ser interditado”, declarou Franklin Martins. “O governo tem a obrigação de liderar esse processo. E eu confio que irá fazê-lo.”

Ministro de Lula entre os anos de 2007 e 2010, o jornalista participou de um debate organizado pelo diretório do PT do Paraná, em um hotel no centro de Curitiba.

Martins afirmou vislumbrar três desfechos possíveis para os debates em torno do tema: 1) Um possível acerto entre as empresas de radiodifusão e as de telecomunicações; 2) A supremacia das empresas de telecomunicações, pelo seu maior tamanho no mercado; ou 3) Um debate aberto, com participação efetiva da sociedade.

“A mídia deseja o rachuncho, quer ver o debate restrito aos dois setores envolvidos, radiodifusão e telefonia, junto com alguns poucos técnicos do governo”, avalia o ex-ministro de Lula. “O que está em jogo é como será feito este debate, através de um acerto entre quatro paredes, ou se a sociedade vai participar.”

Questionado a respeito do teor de seu anteprojeto de marco regulatório -elaborado no final do governo Lula e repassado ao atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo -, Franklin Martins limitou-se a dizer que é natural que o atual governo ainda esteja examinando uma matéria da gestão anterior.

“O processo é tão delicado que não vou fazer nenhum tipo de constrangimento [ao governo Dilma]”, afirmou, em resposta a uma questão específica sobre se a sua proposta tratava ou não de restrições à propriedade cruzada dos meios, e se previa algum possível efeito retroativo.

“Sou pessoalmente contra a propriedade cruzada, contra o monopólio em todos os setores. Agora, contratos devem ser respeitados. O que se deve fazer é não permitir que sejam cometidos no futuro os mesmos erros cometidos no passado. Em pouco tempo, eles [os erros do passado] serão corrigidos.”

Argentina x Brasil
A Ley de Medios da Argentina, aprovada em outubro de 2009, poderia servir de parâmetro para uma futura lei brasileira? Não, ao menos na avaliação de Franklin Martins.

“Não quero copiar a Argentina. Adoro a Argentina, estive exilado lá. A Argentina é um potro fogoso. Tomam decisões e galopam. Estão sempre tirando as quatro patas do chão. Já o Brasil é um elefante, tiramos apenas uma pata do chão. Levamos mais tempo para montar maioria.”

O elefante brasileiro, porém, segundo Franklin Martins, evitaria possíveis retrocessos. “Elefante não dá meia volta. Quero uma coisa que venha pra ficar. Somos lentos. Ah, e o governo que não manda logo esse projeto? Calma, é um elefante, ele [o projeto] vai sair. Mas também vamos cutucar o elefante, que ele vai sair.”

Franklin Martins defendeu a “construção de maiorias”, ao invés da radicalização do discurso. “Temos que convencer pessoas, entrar nas dúvidas ao invés de demarcar posição, porque, do contrário, nós vamos para gueto”, disse. “Construindo maiorias a gente muda o país. Não aceitamos nada que fira a Constituição. Mas queremos regulamentar tudo [que está nela]. Estamos beirando um quarto de século e o que está ali [na Constituição de 1988] ainda não saiu do papel.”

Entre os pontos centrais de um marco regulatório citados pelo ex-ministro de Lula estão a garantia do direito de resposta; a desconcentração do mercado; a promoção da cultura nacional e regional; a implantação de cotas nacionais em todas as plataformas; a valorização da produção independente; a separação entre distribuição e produção; e a universalização da banda larga.

“Não queremos ficar com a atual oferta medíocre de conteúdo, é preciso colocar muito mais gente produzindo conteúdos.”

Quando se fala em regular a comunicação, há os que veem uma tentativa de ataque à liberdade da imprensa. “Isso é conversa pra boi dormir, um artifício pra tentar interditar a discussão”, rebate Franklin Martins. “Queremos ampliar a oferta. Quem tem 90% do mercado, não terá mais. Eles estão defendendo o velho mundinho. Nada a ver com liberdade de imprensa.”

Gigolôs do espectro e vale-tudo
Na ausência de um marco regulatório, o Brasil vive o faroeste caboclo na área da comunicação, voltou a classificar o ex-integrante do governo Lula. “É um vale-tudo, um cipoal de gambiarras, cada um faz o que quer, com seus laranjas, e não existe órgão pra regular.”

Sobre a venda de horários da televisão, Franklin Martins não poupou críticas. “Lógico que não pode. Várias redes têm 20% a 30% de seus horários vendidos. Não dá pra ser gigolô de espectro, não se pode sublocar o espectro.”

Para Martins, deveria haver uma agência pra controlar o cumprimento das regras concessões. “O jogo do bicho é melhor, porque vale o que está escrito. Aqui, vale o jogo do poder”, ironizou.

Franklin Martins atacou a campanha publicitária da Sky contra as cotas de programação nacional (“Alegam que as cotas aumentam custos, mas, se depender deles, só passam enlatados americanos. Todos os países sérios têm cotas, menos os EUA, que têm uma produção tão grande que não precisam”); defendeu a radiodifusão comunitária (“Ela é tratada como patinho feio, só tem obrigações, não tem direitos. Pedidos levam até oito anos para ser respondidos. Deve ser considerada comunicação pública, mantida pela comunidade. É preciso tirá-la do limbo em que está”); e criticou a comercialização de emissoras (“Concessões não podem ser transferidas por baixo do pano. O que eu estou vendendo? não estou vendendo o nome, os equipamentos, mas o espectro, por onde o sinal é transmitido”).

Radiodifusão x telecomunicações
Com a crescente convergência de mídias, a radiodifusão, setor que mais protesta contra a regulação, seria engolida pelo de telecomunicações, prevê Franklin Martins, que apresentou números do mercado em 2009. “E o monopólio seria ainda pior que o que temos hoje.”

Naquele ano, o setor de radiodifusão no Brasil faturou cerca de R$ 13 bilhões. Já as companhias telefônicas, R$ 180 bilhões --treze vezes mais.

“Sob o ponto de vista do governo Lula, e acredito que também no de Dilma, é preciso ter um olhar para o setor de radiodifusão. É preciso ter uma sensibilidade social para que a radiodifusão tenha um grau de proteção. Mas isso não quer dizer que só ela precisa de proteção.”

O ex-ministro observou que no mundo inteiro existe regulação dos meios eletrônicos. “Tem que regular, porque ninguém vai investir se não sabe as regras do jogo. Em todo lugar do mundo está se fazendo isso.”

‘Jornalismo independente dos fatos’
Franklin Martins avalia ainda que a imprensa brasileira vive uma séria crise de credibilidade. “O jornalismo no Brasil é o mais independente hoje em dia. Independente dos fatos. Publica o que ele quer.”

Para ele, a liberdade só garante que a imprensa é livre, não garante que ela seja boa. “O bom jornalismo é dependente dos fatos, desagrade quem desagradar. É a cobrança da sociedade que garante a qualidade”, acredita o ex-membro da gestão Lula.

“Não pode ser independente do governo e dependente da oposição, do poder econômico, do Daniel Dantas. A primeira lealdade tem que ser com os fatos.”

Por outro lado, ele também observa que a pressão do público, que através da internet pode denunciar de imediato eventuais informações falsas veiculadas pela mídia, estaria mudando o jornalismo para melhor. “Antes, na era do aquário, eles estavam no olimpo, publicavam o que queriam pra uma massa passiva. Hoje, a polêmica corre solta o tempo todo.”

segunda-feira, 5 de março de 2012

Que Demóstenes é o "demo", Helena já dizia em 2008!

Do Amigos do Presidente Lula
segunda-feira, 5 de março de 2012

O senador moralista e o amigão bicheiro
O jornal Correio Braziliense mostrou ontem que o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira e e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) conversaram por telefone 298 vezes entre fevereiro e agosto de 2011, conforme as transcrições feitas pela PF para as investigações da Monte Carlo.

Em média, foi feita 1,4 ligação por dia. A quebra do sigilo telefônico do bicheiro foi autorizada pela Justiça Federal de Goiás. Em um dos diálogos, Demóstenes se refere a Cachoeira como "professor".

Já o bicheiro o chama de Demóstenes "doutor" (ele é promotor). Demóstenes recebeu de presente de casamento do bicheiro uma cozinha importada dos Estados Unidos avaliada em US$ 27 mil (R$ 46,7 mil), conforme as transcrições dos diálogos.

Depois de dizer que subiria à tribuna do plenário do Senado já no início desta semana para apresentar explicações sobre o caso, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) voltou atrás ontem. Em entrevista , afirmou não saber se vai à tribuna, quando apresentará as justificativas e quais serão os argumentos para a amizade com o bicheiro. Já o presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN), fez uma defesa calorosa do companheiro de partido.

O líder do partido na Câmara dos Deputados, Jilmar Tatto (SP), defendeu que o senador seja convocado imediatamente pelo Conselho de Ética do Senado. "A questão é muito grave e precisa ser apurada com rigor"

Os meus queridos leitores lembram de quando o senador Demostens se juntou com Gilmar Mendes e inventaram um grampo no STF para culpar Lula e o PT?

A minha primeira nota sobre o caso armação Demostenes- Gilmar Mendes, foi essa aqui publicada em 3 de setembro de 2008 “Uma frase que assola Brasília no dia de hoje ...“A coisa toda pode ter sido montada, inclusive com a participação do Demóstenes e Gilmar que, junto com Marco Aurélio Mello, parecem adorar mostrar o governo Lula como ditatorial” ... Depois, veio esse aqui
Aqui tem mais e aqui nosso arquivo

CBC responde ao terror da SKY. Leia e assine o manifesto.

Do Blog do Miro
domingo, 4 de março de 2012

A resposta ao terrorismo da Sky

Por Altamiro Borges

Depois do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), que reúne várias entidades sindicais e populares, agora foi o Congresso Brasileiro de Cinema (CBC), que congrega os produtores culturais, que divulgou um manifesto contra a campanha terrorista da Sky sobre as mudanças na TV por assinatura. O texto foi enviado à presidenta Dilma Rousseff e está aberto a novas adesões.

No manifesto, os artistas criticam a peça publicitária exibida pela Sky nos últimos dias. Nela, alguns atletas brasileiros, talvez por ignorância, afirmam que as mudanças previstas na nova lei da TV a cabo prejudicam o esporte nacional e representam um ataque à liberdade de expressão. Eles servem de massa de manobra para os interesses comerciais da poderosa e ambiciosa empresa.

O documento do CBC dá uma resposta dura e consistente à campanha mentirosa e terrorista da Sky. Reproduzo-o na íntegra:

*****

Atendendo apenas aos seus próprios interesses e aos interesses de produtoras de conteúdos audiovisuais estrangeiras que monopolizam as programações dos canais oferecidos aos seus assinantes, a SKY lançou e está massivamente divulgando junto aos seus assinantes e ao público em geral uma sórdida e caluniosa campanha contra a Lei 12.485/2011, que cria o SeaC – Serviço de Acesso Condicionado.


Em consonância com legislações semelhantes já em vigor e/ou que estão sendo atualmente aprovadas em dezenas de países do mundo inteiro, a nova lei estabelece novas normas para o funcionamento dos serviços de TV por assinatura no Brasil, dentre as quais a obrigatoriedade da veiculação dentro da grade de programação dos canais de conteúdo qualificado presentes nos “pacotes” oferecidos aos seus assinantes pelas empresas prestadoras de serviços de apenas um mínimo de 3 horas e 30 minutos semanais de conteúdo audiovisual brasileiro, realizado por produtoras independentes.


Colocada como eixo principal da campanha contrária desenvolvida pela Sky contra a Lei 12.485, a obrigatoriedade da veiculação de produções audiovisuais brasileiras, realizadas por produtoras independentes, ao contrário do que equivocada e mentirosamente afirma a Sky, em nada fere a legítima e democrática liberdade de escolha de programação dos assinantes de serviços de TV por Assinatura, já que promoverá apenas a ampliação dos conteúdos e programas oferecidos atualmente, garantindo espaço à veiculação de conteúdos e programas produzidos no Brasil e, certamente contribuirá para poupar os milhões de assinantes de se verem submetidos a programações recheadas de reexibições de produções estrangeiras.


Também repudiamos e afirmamos serem mentirosas as afirmações da Sky que afirmam que a nova lei promoverá uma “intervenção excessiva” do estado em serviços operados por empresas privadas, já que entendemos que além das legislações sobre o setor estarem sendo atualizadas em dezenas de países do mundo, a quota mínima prevista (de 3 horas e 30 minutos semanais) na nova legislação brasileira ainda deixa muito a desejar, já que está muito aquém das reais necessidades, da capacidade, da potencialidade de desenvolvimento econômico do setor audiovisual brasileiro, que lembramos, é fundamental para a defesa da soberania nacional e afirmação das nossas identidades e das diversidades culturais, num contexto mundial a cada dia mais globalizado e homogeneizado.


Fruto de uma luta capitaneada durante anos pelo CBC / Congresso Brasileiro de Cinema com o apoio de praticamente todas as entidades e empresas do setor audiovisual brasileiro, a Lei 12.485 foi aprovada por ampla maioria pelo Congresso Nacional, sancionada pela presidente Dilma Rousseff e sua regulamentação está atualmente sendo colocada em consultas públicas promovidas pela ANCINE – Agência Nacional de Cinema e pela ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações.


Repudiamos veementemente também a tentativa da Sky de antecipada e liminarmente desqualificar a qualidade dos conteúdos audiovisuais produzidos por empresas brasileiras, registrando que como é de conhecimento público o cinema e inúmeros produtos televisivos produzidos no Brasil sempre foram e continuam sendo admirados em todo o mundo, como demonstra claramente as milhares de premiações conquistadas em festivais e o expressivo número de produções exportadas por empresas brasileiras e veiculadas em TVs de vários países por todo o mundo.


Quanto à ameaça velada da Sky de que a nova Lei acarretará um aumento dos custos aos seus assinantes, registramos que todos os estudos realizados por especialistas do setor apontam que, ao contrário do afirmado, a entrada das empresas de telefonia neste mercado, além de ampliar o número de operadoras e a concorrência, acarretará num vertiginoso crescimento do número de assinantes de serviços de TV por Assinatura no Brasil, resultando na redução valores pagos pelos brasileiros, valores estes que atualmente são considerados como um dos mais caros e restritivos do mundo. Esperando-se ainda que a ampliação da oferta e da competitividade no setor resulte na melhoria dos serviços prestados e na diminuição no número de reclamações dos consumidores sobre a má qualidade dos serviços atualmente prestados.


Assim, por entendermos que a Lei 12.485 atende plenamente aos interesses nacionais de promover o desenvolvimento e fortalecimento da indústria audiovisual brasileira, resultando na ampliação da produção, na geração de milhares de empregos, na valorização das identidades e diversidades culturais brasileiras, e a ainda no acesso do público aos bens culturais nacionais é que o CBC / Congresso Brasileiro de Cinema, as entidades e pessoas abaixo assinadas, lançam este manifesto ao povo brasileiro em repúdio a Sky.


Em defesa do cinema e do audiovisual brasileiro!


Em defesa das identidades e diversidades culturais brasileiras!


Em defesa a liberdade de escolha e de expressão!


Em defesa do Brasil e da Soberania Nacional!


Participe e manifeste-se nas consultas públicas.


Subscreva, apóie e participe desta mobilização.
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N21427


Demonstre sua indignação, seu amor pelo Brasil e seu respeito à cultura brasileira!


Diga sim ao cinema e ao audiovisual brasileiro!


E se você é um assinante da Sky, use também seu telefone e cancele agora sua mesmo sua assinatura da Sky!


- CBC – Congresso Brasileiro de Cinema

*****

Leia também:

- A campanha mentirosa da Sky

- Sky e a defesa do esporte nacional

- Jandira Feghali rechaça campanha da Sky

- Como avançar na TV por assinatura

Campanha mentirosa da SKY reforça a necessidade de regulamentação do setor de TV por assinatura.

Blog do Miro

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A campanha mentirosa da Sky

Do sítio do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC):

A Sky iniciou uma forte campanha em que mobiliza seus usuários contra a lei 12.485, sancionada em setembro de 2011 e que deve ser regulamentada até este mês de março. A empresa combina argumentos mentirosos com falácias numa defesa oportunista da liberdade de escolha do usuário.

Na campanha, a empresa reúne atletas dos clubes de vôlei e basquete que ela patrocina para apontar uma série de supostas ameças trazidas pela lei e conclamar o usuário a se manifestar no STF e diretamente na Ancine. A empresa usa a boa fé do usuário da TV por assinatura e de atletas de renome do esporte nacional para defender disfarçadamente seus próprios interesses comerciais. O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação rechaça essa estratégia desonesta e chama atenção dos usuários da Sky para que não sejam ludibriados pela propaganda enganosa da empresa.

Surpreendentemente, nenhuma das sete afirmações principais feitas pela empresa na propaganda exibida se sustenta. Frente ao grande número de acusações infundadas, é fundamental enfrentar cada um dos argumentos.

Você é a favor da liberdade na TV por assinatura?
A frase que abre a campanha da Sky sugere duas coisas: primeiro, que há hoje liberdade na TV por assinatura. Segundo, que essa liberdade está ameaçada. As duas premissas são falsas. Hoje, o usuário não tem liberdade de contratar os canais aleatórios de forma avulsa, nem construir seus próprios pacotes e nem comprar canais que a operadora não quiser lhe oferecer. Exemplo recente e oportuno é a dificuldade do usuário em ter acesso à Fox Sports, que transmite a Libertadores da América, porque as operadoras (como a Sky) não querem oferecê-lo. Além disso, a lei não fere em nada a liberdade do usuário. Ao contrário, ela busca ampliar a oferta, com a entrada de novos canais e de mais concorrentes entre as operadoras, e assim gerar mais diversidade e opções.

Uma lei poderá mudar toda sua programação de TV por assinatura
A lei 12.485 altera pouco da programação para o usuário comum. Por meio de cotas de conteúdo brasileiro e independente, que somam 3h30 por semana (!) e no máximo doze entre as dezenas de canais disponíveis, ela busca ampliar a oferta de conteúdo brasileiro e dar espaço para as produtoras independentes que hoje não têm espaço e liberdade de veiculação de sua produção. A cota incide apenas nos canais que transmitem majoritariamente, em seu horário nobre, filmes, séries, documentários, animações e reality shows.

A lei não considera esporte e jornalismo como conteúdo nacional
Não é verdade. A lei considera sim esses conteúdos como nacionais, mas não impõe cotas de veiculação de esportes. Os canais de esportes não entram na conta das cotas, não têm obrigações de cotas e continuam sendo ofertados normalmente sem qualquer alteração.

Haverá menos esporte na programação
Não faz nenhum sentido afirmar que haverá menos esporte na programação. Os canais esportivos não são impactados em nada pela lei. Se a empresa quiser ofertar um pacote só de canais esportivos pode fazer isso à vontade, e não tem de abrir nenhum minuto de cotas de conteúdo brasileiro e independente. A lei não interfere em nada na quantidade de conteúdo esportivo na programação.

Esta é uma grave intervenção nos meios de comunicação
As regras estabelecidas na nova lei estão longe de ser uma grave intervenção. Na verdade, regras como essas existem em todas as democracias avançadas no mundo. Todos esses países constroem instrumentos de regulação para garantir mais pluralismo e diversidade de conteúdo, e para fazer com que a liberdade de expressão seja ampla, e não valha apenas para os donos de meios de comunicação.

Agência reguladora terá poderes para controlar o conteúdo da TV paga
A Ancine não terá poder para controlar o conteúdo, apenas irá zelar pelo cumprimento das regras definidas democraticamente pela lei. Problema seria se houvesse uma lei sem nenhum órgão responsável pela sua fiscalização.

A lei vai gerar impacto no preço da assinatura e na liberdade de escolha
Como já foi dito, a liberdade de escolha do usuário, hoje pequena, só aumenta, não diminui. Em relação ao preço da assinatura, a tendência é justamente a contrária. A lei amplia a concorrência e deve fazer com que, em médio prazo, o usuário pague menos pelos pacotes.

É preciso ficar claro que a campanha da Sky não defende o interesse do usuário nem do esporte nacional. O problema para a empresa é que, ao permitir a entrada das empresas de telecomunicações no mercado de TV a cabo, a lei cria concorrência em vários locais em que a Sky é hoje a única opção do usuário. O que está em jogo, portanto, são os interesses comerciais da empresa.

A lei já foi aprovada e sancionada em setembro, e a Sky está apoiando uma Ação Direta de Inconstitucionalidade que tenta derrubá-la no Supremo Tribunal Federal. O momento atual é de definição da regulamentação da lei, e o mais importante é justamente garantir que os objetivos de ampliação da diversidade e da pluralidade sejam materializados. Para isso, qualquer iniciativa de debate democrático é bem-vinda. Só não valem propagandas obscurantistas e falaciosas como essa da Sky.

FNDC - Coordenação Executiva:

- CUT (Central Única dos Trabalhadores)

- Abraço (Ass. Brasileira de Radiodifusão Comunitária)

- Aneate (Ass. Nacional das Entidades de Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões)

- Arpub (Ass. das Rádios Públicas do Brasil)

- Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé

- CFP (Conselho Federal de Psicologia)

- Fitert (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão)

- Fittel (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações)

- Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social

quinta-feira, 1 de março de 2012

Vale, campeã de multas pelo IBAMA, lidera ranking das piores empresas do mundo. Pode ganhar título!

Do Brasil de Fato
06/01/2012 Marcio Zonta 
De São Paulo (SP)

Vale pode ganhar título de pior empresa do mundo
Agravos ambientais e sociais colocam a mineradora entre as 5 piores do planeta por organizações internacionais

Uma das maiores mineradoras do mundo, a Vale, pode ser considerada nos próximos dias como a pior empresa do mundo na realização de sua atividade de mineração. Entre a Serra de Carajás, no sul paraense ao porto de Itaqui em São Luis, no Maranhão, a empresa foi denunciada por provocar devastação ambiental, trabalho escravo na cadeia de produção do aço, exploração sexual infantil, além da invasão de terras indígenas, quilombolas e camponesas.

A Rede Justiça nos Trilhos, International Rivers e Amazon Watch sãos as responsáveis pela indicação da empresa ao prêmio Public Eye Award (Olho do Público) organizado pelas ONGs Declaração de Berna e Greenpeace.

Conhecido como o “Oscar da Vergonha” o prêmio seleciona anualmente empresas com o pior comportamento social e ecológico. Esse ano a Vale concorre com a Sansung, Barclays, Freeport, Syngenta e Tepco. Independente do resultado, a empresa estará entre as cinco mais nefastas do mundo.

Agravos

Para as organizações que indicaram a Vale ao prêmio, a empresa vem a cada dia agravando problemas e conflitos entre Pará e Maranhão. “A mineradora entrou com um processo de impugnação administrativa contra o reconhecimento das terras quilombolas de Santa Rosa dos Pretos e Monge Belo no Maranhão, justamente interessada em suas terras para duplicação de seus trilhos que corta a comunidade”, revela o advogado da Rede Justiça nos Trilhos, Danilo Chammas.

A advogada revela que tal situação possibilita a entrada nas terras quilombolas por latifundiários para grilagem de terra e de madeireiros para derrubada de árvores sem nenhuma punição, já que a terra não foi ainda reconhecida.

“Uma série de irregularidades torna a situação dos quilombolas dessas duas comunidades problemática, pois a Vale sequer respeita a convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) 169 sobre povos indígenas e tribais, onde os quilombolas são representados, que determina a consulta prévia às comunidades para todo tipo de obra que os impactarem, pois se eles forem contra a obra ela não poderá acontecer, porém a Vale vem burlando tudo isso”, conclui Chammas.

A situação quilombola seria um dos exemplos da forma de atuação da mineradora. Pesquisa realizada em 2011 pelo jornalista Marques Casara, do Observatório Social, denunciou que carvoarias entre os municípios de Marabá (PA) e Imperatriz (MA) flagradas com trabalhadores escravos, abastecia o pólo siderúrgico, cuja Vale fornecia o minério.

“A mineradora não cumpre acordo firmado com o Ministério do Meio Ambiente em 2008 se comprometendo a não fornecer minério a siderúrgicas envolvidas em processos predatórios”, esclareceu Casara na época.

Por fim, dados das três organizações que a indicam ao prêmio, revelam que em 2009 foram 114 milhões de metros cúbicos de efluentes industriais e oleosos despejados nos rios e mares pela empresa. A mineradora utiliza para seus negócios, 1,2 bilhões de metros cubos de água por ano, correspondendo ao consumo médio de água de 18 milhões de pessoas.

A Vale está respondendo a 111 processos judiciais e 151 administrativos. É umas das empresas campeã de multa pelo IBAMA, no entanto, em 2009 não pagou nenhuma.

Para votar na pior empresa do mundo, basta acessar o site:http://www.publiceye.ch/en/vote/vale/